Como toda boa história, chega uma hora em que é preciso ter um final, e à essa regra não será o review do Tubestation que fará parte da exceção, pois hoje essa saga chega ao seu final... hehehe...
... é bem verdade que praticamente tudo que tinha para escrever, escreví... não tenho nada a reparar, mesmo porque o planejamento inicial era esse, qual seja, diluir a análise técnico-prática em duas partes e postar perguntas e respostas numa terceira...
... as perguntas que seguem foram recebidas ou pelo email da Toca dos Efeitos, ou pelo meu email pessoal, ou pela comunidade da Toca no orkut... a intenção dessa parte era trazer elementos que eu não tivesse observado nos textos anteriores, e que, portanto, gerariam dúvidas e, conseqüentemente, perguntas... como se pode observar, eu recebi apenas 6 perguntas, que por um lado considero um sinal de que os textos publicados antes atenderam em grande parte os anseios e as dúvidas do pessoal... seja como for, acredito que, mesmo sendo poucas, essas 6 perguntas contemplam informações interessantes que agregam valor à todo material que compreende a análise do Tubestation...
... um detalhe importante, todas as respostas reproduzidas aqui, à exceção da última, são precisamente as mesmas que enviei aos autores das perguntas na época em que me foram feitos os questionamentos...
1 - O Tubestation se sai bem trabalhando como pré-amp, isto é, plugado diretamente em um Power? Ele substitui o pré de um amp?
Então, sem dúvidas, o Tubestation pode ser plugado tranqüilamente num power, pois ele é um pré-amp, afinal, é baseado nos prés da linha Rectifier, da Mesa Boogie. Nos videos disponíveis na primeira parte do review, nos dois primeiros, gravados pelo João, o Tubestation está ligado diretamente no power de um Lifesound Horizon, que é um amp. handmade também concebido segundo o pré da linha Rectifier... se vires novamente esses videos, terás mais noção da ação do pedal quando usado como pré de um amp...
2 - É possível obter com uma única regulagem, timbres High-Gain (pense Dream Theater ou Killswitch Engage) no canal red e timbres limpos (limpos mesmo... mesmo que soe Mark Tremonti) no canal green?
Penso que sim... aliás, é mais ou menos assim que eu uso o Tubestation... em primeiro lugar, o canal red tem muito ganho já de saída... dificilmente eu uso o ganho acima das 12hs... na verdade, dificilmente chego a isso... normalmente uso o controle de ganho entre 10hs e 11hs... dessa forma, o canal green fica mais limpo, mas não totalmente, e similar à alguns timbres do Mark Tremonti, pois nem todo timbre limpo dele é do Mesa... os totalmente limpos vêem de um Fender Twin... os limpos com uma leve “aspereza”, aí sim vêem do Mesa... e isso que uso captadores de saída bem alta, como o EMG-81... captadores com saída menor podem limpar ainda mais... por exemplo: quando eu quero um timbre limpo mesmo, embora tenha de admitir que hoje gosto muito desse "limpo áspero", tenho duas opções: 1) ou tiro um pouco de volume da guitarra; 2) ou passo para o captador do meio, um single-coil EMG-SA, que limpa completamente sem que eu precise usar o controle de volume, além do que ele aumenta a presença de freqüências mais altas, coisa que gosto muito em bases mais limpas... enfim, o mais importante é deixar claro que o pedal, especialmente por ser valvulado, responde de forma muito distinta à dinâmica... como podes ver, mudar de um captador para o outro faz toda a diferença, muito mais que nos pedais transistorizados... mas, enfim, sendo mais objeivo, entendo que sim, que é possível ter uma mesma regulagem no pedal que comporte um ótimo hi gain e um bom som limpo, claro, considerando, em especial, a experiência que tenho tido com o meu equipamento...
3 - Como você acha que o pedal se comporta (ou se comportaria) com uma guitarra stratocaster? Será possível extrair timbres High Gain com captação single? E sons limpos?
Em função de um elemento da resposta que dei acima, qual seja, a dinâmica, creio que tenho de ser cuidadoso ao responder essa pergunta... por quê? Bom, é evidente que minha experiência com o Tubestation se deu com a minha guitarra, uma Jackson japonesa ATX, com dois humbucker's, um EMG-81 e um EMG-85, e com um single-coil EMG-SA... pela experiência que tive com o EMG-SA, não tenho dúvidas em afirmar que certamente não seria problema algum a combinação do Tubestation com uma Strato, afinal, é normal que o pessoal faça conexão somente com hi gain quando se fala em Mesa, mas não se pode esquecer que muita banda de rock usa Mesa, o que significa que a marca é versátil e oferece recursos para uma gama bastante grande de sonoridades... e aí pode-se incluir também o Tubestation, um pedal que, pela dinâmica, não tem um som estático como a maioria dos pedais, do tipo "soa assim e pronto", já que responde de formas diferentes conforme o equipamento plugado nele...
... quanto à sons limpos, já consegui sons lindos com ele com o meu single-coil... claro, a praia do Mesa é diferente de um Fender, por exemplo, mas mesmo assim isso não significa que não tenha um som limpo muito bom... de qualquer forma, assim como escrevi antes, também vai depender do equipamento, da qualidade da guitarra, dos captadores... o Tubestation não visa salvar equipo ruim, embora melhore sensivelmente, mas sim exaltar as virtudes dos bons equipamentos...
4 - Com uma regulagem limpa, o Tubestation aceita outros pedais de drive antes? Overdrives como TS-9, ou o Jackhammer soam bem em conjunto com ele?
Então, o canal GREEN não seria, digamos, o canal mais limpo de um Rectifier... podemos chamá-lo de um canal de drive que limpa, mas que suja razoavelmente bem... portanto, ele tem ganho maior que um canal limpo convencional e usar um pedal de drive antes é o mesmo que boostar um pedal, ou seja, não terás o som cru de um TS9, por exemplo, mas sim da combinação do canal green com o TS9... claro, se usares o Tubestation como um pedal, e não como pré, isso não será um problema, pois, quando quiseres o som cru do TS9, só precisarás desligar o Tubestation... por outro lado, uma das coisas que mais têm me agradado na experiência com Tubestation é o uso de OD's como booster's junto com o canal GREEN, tanto que atualmente tenho dois pedais, um Wylde Overdrive e um TS9, e nos dois casos consigo timbres distintos e ótimos com o Tubestation... no caso do Jackhammer, não sei qual seria o resultado, pois ainda não fiz o teste, mas acho que pode ficar bom, já que ele tem um ótimo controle de ganho para poder combinar com o Tubestation sem gerar ruídos indesejáveis... seja como for, não tenho como afirmar categoricamente se ele funcionaria bem ou mal, embora, pela minha experiência com ambos, eu apostasse numa grande possibilidade de resultados muito positivos...
5 - Testou o tubestation com pedais de modulação? mudou alguma coisa o resultado desses pedais?
Não, não percebi qualquer mudança na ação dos pedais de modulação com o Tubestation... já o usei com o flanger e o phaser antes e o chorus depois dele... não mudaram nada...
... aliás, no início eu tinha um pouco de receio, especialmente pelas modulações que ficam antes dele, porque com o GT2, outro preamp, esses pedais perdiam completamente a presença... ficavam com ganho mais baixo, enfim, era meio caótico... mas, felizmente, com o Tubestation não tive problema algum com qualquer modulação... há poucos dias, usei ele com um Behringer FX-600 (outro futuro review da Toca), que é um pedal tipo "tudo em um", que tem várias modulações, e, da mesma forma que com outros pedais, não houve qualquer prejuízo à ação dos efeitos...
... de qualquer forma, para reparar o fato de que não tinha gravado qualquer material do Tubestation com alguma modulação, resolvi gravar um vídeo, que segue abaixo, com alguns dos principais efeitos usados pelo pessoal, para mostrar como eles se portam quando usados juntamente com o Tubestation...
6 - O review tá perfeito. gostei muito. acho que só faltou um ponto final, q talvez venha na segunda parte, "tampando a panela", dizendo se vc gostou muito, medio, pouco, se é o q vc esperava ... se não é .. e etc .. talvez algo como pós /contras q vem nos da guitar player. acho isso interessante.
Bom, diferentemente das outras, eu deixei para responder essa pergunta hoje, 29.02.2008, no dia da publicação da última parte do review... aliás, mesmo o autor só irá ler essa resposta hoje... hehehe
... o motivo pelo qual resolví responder apenas hoje se deve ao fato da pergunta ter um caráter de "fechamento", sendo mais específico, fechamento de um período que me dediquei intensamente para conhecer melhor o Tubestation, suas diversas nuances, suas diversas características... por isso, preferi deixar as respostas desses questionamentos para quando, efetivamente, fosse dado esse “fechamento”, e não antes disso, quando qualquer resposta não tivesse, de certa forma, sentido pra mim...
... assim, quanto à primeira pergunta, só posso responder definitivamente que gostei e muito do Tubestation, especialmente por conta da resposta da segunda pergunta, já que ele não é o que eu esperava... é muito mais...
... muito antes de ter a possibilidade de pisar no Tubestation, acompanhei um pouco o projeto desse pré ainda nos primeiros projetos do rack, muito antes de chegar ao formato pedal... claro, justamente porque eu toco metal, primordialmente, sempre quis saber muito das possibilidades sonoras do canal de hi gain, do timbre, das nuances e etc... nunca, em hipótese alguma, fiquei realmente muito interessado no canal limpo, quando do rack, e no canal GREEN, quando dos primeiros passos do Tubestation...
... a primeira vez que toquei com o pedal, percebi de cara que, quanto ao canal RED, era até um pouco mais que o esperado, pois é realmente diferente ouvir o timbre num CD, sample ou video, e ouvir o timbre na tua cara, tocando com o "brinquedo"... por outro lado, como não sabia o que esperar do outro canal, procurei me deter bastante nele para saber até onde eu poderia ir... e foi nessas experiências que descobri que o Tubestation era bem mais que o esperado, pois não se trata de ter um canal de hi gain diferenciado e outro do tipo "tah, vamos ver o que é possível fazer com ele", mas sim se trata de ter dois canais absolutamente diferenciados, com grandes possibilidades, especialmente o GREEN, que oferece excelentes sons limpo, “crunchados”, drives, isso sem falar daquilo que é possível fazer com algum booster antes, especialmente um bom overdrive... por essas razões, o Tubestation, pra mim, é muito mais do que eu esperava, felizmente... hehehe...
... prós e contras... bom, complicado pontuar as coisas dessa forma, ainda mais para um cara como eu, que precisaria ter um poder de síntese bastante apurado, já que, como dizem alguns, "não pago imposto para escrever"... hehehe... claro, não custa tentar, e é justamente isso que farei...
PRÓS: difícil escrever sobre prós, sem referir que já escreví muito sobre muitos deles, e com certa riqueza de detalhes... pontualmente, se tivesse de escolher pontos que mais se destacam, na minha opinião, creio que escreveria EXCELENTE CONSTRUÇÃO, BAIXO NÍVEL DE RUÍDOS, DOIS CANAIS DISTINTOS, VERSATILIDADE DE TIMBRES e INCRÍVEL RESPOSTA À DINÂMICA...
CONTRAS: antes de mais nada, quero deixar claro que tivessem muitos pontos contras, não teria tido pudor algum em escrevê-los anteriormente... meu papel na Toca dos Efeitos, antes de mais nada, é zelar pela responsabilidade e honestidade com os leitores sobre aquilo que eu estiver escrevendo... pessoalmente, considerando que uso o Tubestation no meu setup, talvez pudesse escrever que eu não vejo contra algum, pois não houve situação ainda que eu tivesse tido necessidade de alguma coisa e que o Tubestation não tivesse tido como me atender... por outro lado, tenho de ser crítico, tanto quanto realista, e não esquecer que estou escrevendo sobre um equipamento que não será usado exclusivamente por mim, mas sim por qualquer pessoa que contatar a 56inc e comprar o pedal... portanto, pensando de forma mais ampla é que talvez eu aponte como único contra o fato do pedal NÃO TER CONTROLES INDEPENDENTES PARA CADA CANAL... é justamente por isso que o autor da pergunta 2 me consultou, porque sabe que precisaria achar uma forma de setar o pedal para conseguir dois timbres, em dois canais, com controles compartilhados... costumo dizer que isso não é um grande problema porque o canal RED possui muito ganho já com o potenciômetro GAIN às 9hs, ou seja, mesmo que se use o GAIN às 12hs, o canal GREEN tende a ter um leve crunch, que pode ser limpado facilmente com o controle de volume da guitarra... isso, claro, considerando que uso EMG´s na minha guitarra... provavelmente músicos com captadores de menor saída podem até conseguir timbres bem limpos mesmo com o GAIN às 12hs... como já escrevi longamente, o Tubestation responde incrivelmente bem à dinâmica, inclusive relativo à equipamentos diferentes, com madeiras diferentes, captadores diferentes e etc.... enfim, no final das contas, tendo a achar que, genericamente, NÃO TER CONTROLES INDEPENDENTES PARA CADA CANAL seja o único contra do Tubestation...
... buenas, como dizemos aqui no Sul, creio que dessa forma dou fechamento à todo o trabalho feito com o Tubestation... claro, longe disso significar um fechamento da minha experiência com o pedal, pois cada vez que o uso descubro coisas diferentes a ponto de gostar cada vez mais dele... contudo, provavelmente esse seja o último material dedicado ao pedal, especialmente pela complexidade daquilo que foi produzido em todas as partes que compõe o review... seja como for, como sempre, sigo à disposição para eventuais dúvidas...
... em tempo, gostaria de aproveitar para convidá-los a acessar a comunidade da Toca dos Efeitos no orkut pelo endereço http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=50019202, e a fazer parte do nosso mailist, sendo necessário, para tanto, apenas enviar uma mensagem para o email tocadosefeitos@yahoo.com.br...
... por fim, aos mais afoitos, aviso que o próximo review já tem data para publicação: 04.03.2008... portanto, aguardo-os aqui na próxima semana... ;]
Abraços e até a próxima... \m/
1 comentário
Parabéns Milton, mais uma vez um review muito F... legal.
heheeh
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