DE TOCA EM TOCA – Nuclear (Banda Redoma)

5 de fev. de 2009 |

ANALISE_DO_PEDALBOARD_-_logo_1

 

Prólogo

Parece-me evidente, antes de mais nada, que à essa altura do campeonato a Toca dos Efeitos já tem seu slogan: “TOCA DOS EFEITOS – Agenti tarda mais num fáia”… hehehe

… tardando, mas não falhando, hoje a Toca retoma uma sessão, um pouco esquecida no ano passado, mas que não tenho dúvidas que aguçará o interesse de todos, que é a DE TOCA EM TOCA, que visa expandir um pouco os conhecimentos gerais sobre os efeitos para o conhecimento específico de como cada músico os usa, o que busca de cada um deles e etc…

… evidentemente, a Toca tem proposta clara e dificilmente terá músicos famosos nessa sessão, afinal, a intenção é buscar conhecer como o músico underground se vira sem o acesso à Mesa Boogie´s, Marshall´s, Fender´s, Peavey´s, entre outros equipamentos caros e de ponta…

… para reiniciar os trabalhos nessa sessão, trago ao conhecimento dos amigos um ótimo e inteligente guitarrista do Rio Grande do Sul, conhecido como Nuclear, que toca na banda Redoma, uma das mais promissoras do underground gaúcho…

... como de praxe, repiso meu convite para o pessoal fazer parte do mailist da Toca, bastando, para tanto, enviar um email para tocadosefeitos@yahoo.com.br, e para fazer parte e participar da comunidade da Toca no orkut, no endereço http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=50019202

Abraços... \m/

 

 DE TOCA EM TOCA – Nucler (Banda Redoma)

Apenas para conhecimento dos amigos, conheci a Redoma, banda em que o Nuclear é guitarrista, num evento em que fui convidado para conhecer a banda de um conhecido... o show que antecedeu a banda desse conhecido foi o show da Redoma, que até hoje é o único que me lembro daquela noite... a banda é muito boa, o pessoal é super-competente e o Nuclear, em especial, é um guitarrista muito inteligente, de muito bom gosto, motivo pelo qual o convidei para dividir com o pessoal da Toca dos Efeitos um pouco das suas experiências como músico...

... e vamos de vereda ao que interessa, que é isso que o pessoal quer... hehehe

ENTREVISTA

Antes de mais nada Nuclear, obrigado por se dispor à dividir suas experiências como guitarrista com o pessoal da Toca dos Efeitos...

1) Fale um pouco das suas referências como músico, desde o que te motivou a começar a tocar guitarra, até às bandas e músicos que são referência dentro do teu trabalho na Redoma.

Nuclear: Bom Milton... Primeiramente o meu muito obrigado pela oportunidade. Eu comecei a tocar guitarra por causa do meu grande “mentor”, que todo mundo estranha quando falo o nome pelo fato de não ter nada a ver com a Redoma... John Frusciante. Com certeza absoluta foi meu grande exemplo tanto pelo trabalho no Chilli Peppers quanto na carreira solo. Mesmo errando e desafinando os seus backings ele conseguia me agradar. A simplicidade da sua forma de tocar e criatividade me cativaram e a partir dai não pensava em outra coisa a não ser tocar guitarra com a alma, independente do que os outros poderiam pensar da minha atitude e/ou estilo.

Com o passar do tempo, isso lá por 2001, eu fui descobrindo sonoridades novas, afirmando meu estilo de tocar e me firmando nas afinações mais baixas. Surgiram, então, as influências de Jerry Horton (Papa Roach), Marcos Curiel (P.O.D.) e Wes Borland (Limp Bizkit)...Sempre digo hoje em dia que eu sou uma mistura de John Frusciante com Wes Borland..huahsiuahs

2) Qual é o teu setup ao vivo?

produtos 013Nuclear: Hoje em dia eu to usando um cabeçote e caixa Marshall, da série MG Limited Edition (usando a distorção e o delay do cabeçote através do footswitch, e uma pitadinha de reverb pra dar um brilho). Essa foi uma das melhores aquisições que já fiz até aqui. Apesar de alguns preferirem JCM 800/900 e “descascarem” a série MG dizendo que é “boazinha”, eu me dei muito bem com a combinação dos meus equipos com essa série... O timbre está melhor do que nunca.

Meu set de pedais atualmente é composto por um Phaser MXR vintage, Flanger BF-20 da Oliver, Chorus CE-3 da Boss, Delay DD-3 da Boss e MZ-2 Digital Metalizer da Boss (as vezes eu uso mais um Delay DD-30 da Oliver e o JackHammer da Marshall).

Minha guitarra é uma Schecter C1 Elite.

3) Em que ordem ficam dispostos os pedais? Algum vai no loop do amp., ou ficam todos em linha, direto no input do Marshall?

Nuclear: Não costumo usar no loop, mas é algo que venho estudando e me preparando pra utilizar. A ordem dos pedais é Phaser, Delay, Flanger, Chorus, Metalizer e Foot Switch do amp. (a “versão alternativa” tem acrescentada entre o Chorus e o Metalizer, o JackHammer, e entre o Delay Boss e o Flanger, o Delay Oliver).

4) Esmiuçando um pouco o teu setup, fica claro que gostas bastante de modulação, já que usas 3 tipos diferentes: chorus, flanger e phaser. Eles possuem funções já definidas, ou a cada nova composição vais mexendo nos pedais procurando sonoridades diferentes?

Nuclear: Eu uso numa função já definida, porque, apesar de gostar de mexer com timbres e efeitos, gosto de criar uma identidade. Apenas o Delay acaba sendo vítima de novas experiências... e aí está o motivo pelo qual eu tenho 2 Delays, utilizo o delay do cabeçote e pretendo adquirir o Boss Digital Reverb/Delay RV-3 num futuro bem próximo.

5) Um pedal que chama a atenção é o BOSS Metalizer (MZ-2 – mais informações em: http://www.bossarea.com/loadpage.asp?file=boxes/mz2.xml), pois é muito raro e poucos o conhecem. Conte como chegaste nele e o que dele te agrada que outros pedais não oferecem.

Nuclear: Bom cara... Entrei numa loja de pedais usados, ainda na época em que eu procurava a distorção ideal pro trabalho que eu vinha/venho desenvolvendo. Naquele momento eu tive o 1° contato com o JackHammer e com o Metalizer. Fiquei primeiramente com o JackHammer pelo fato de ser uma distorção bem versátil e que oferecia totalmente a timbragem que eu procurava naquele instante: gorda, definida e pesada. Mas não esqueci do Metalizer pelas opções de funções. É um pedal que eu uso em certos momentos e determinadas músicas. Na regulagem que eu uso, ele soa com mais médios do que graves, tirando um pouco daquele soco e possibilitando maiores sacadas com microfonias e harmônicas.

6) Numa das tuas respostas, disseste que “as vezes eu uso mais um Delay da Oliver e o JackHammer da Marshall”. Em que casos vês a necessidade de usares esses pedais a mais?

Nuclear: Primeiramente, utilizo o 3° delay (delay Oliver – os 3 delay´s são o delay BOSS, delay Oliver e delay do cabeçote) quando preciso de velocidades de repetição diferentes uma da outra. Ainda estou desenvolvendo composição em que pretendo usar 2 ou até 3 velocidades diferentes, simultaneamente ou não. O delay é um efeito sem igual, lindo e que pode alcançar uma sonoridade na mente, causando uma sensação que nada no mundo oferece igual.

O JackHammer eu uso quando não tenho a possibilidade de usar a distorção do cabeçote... É um pedal bem versátil, apesar de ter um timbre muito característico... Tem uma definição ótima de oitavas e manda um som com bastante intensidade e peso.

7) Como foi a concepção desse setup? Sempre procuraste algum tipo específico de som, ou a construção dele foi se dando ao poucos, às vezes por acaso, apenas mexendo nos pedais e procurando sonoridades diferentes?

Nuclear: Cheguei nesse setup em meio a testes, aquisições precipitadas, trocas e pesquisas (principalmente pesquisas em relação às minhas influências).

8) Brevemente pretendes adicionar mais alguma coisa no seu setup? O que e por que?

Nuclear: Pretendo adicionar muita coisa ainda como Whammy, Wah-Wah, Oitavador, Compression/Sustainer, Reverb/Delay... Pelo fato de que gosto muito de mexer com efeitos pra ampliar a versatilidade, "novidades sonoras", misturas e originalidade a cada musica.

9) Fale um pouco da Redoma, como começou, projetos da banda pro futuro e etc..

Nuclear: A Redoma começou no inicio do meu segundo grau, em 2004, quando eu decidi participar do festival de bandas do colégio. Resumindo, reuni o pessoal, ensaiamos e ganhamos a coisa... a partir dali, ganhamos inúmeros festivais, inclusive as próximas 2 edições desse mesmo festival do colégio... então, partimos pra um disco, abrimos show do Evanescence, Cachorro Grande, Autoramas... Fomos atração na festa de 11 anos da Radio Pop Rock juntamente com O Rappa, Papas da Lingua, Acusticos e Valvulados, Zach Ashton, etc. Estamos em processo de composição do segundo disco, tendo lançado 2 prévias no http://www.myspace.com/redoma... E no momento te respondo essas questões de São Paulo, onde estou correndo atrás de emoções mais fortes pra Redoma.

10) Falando de música, genericamente, o que tens ouvido atualmente? Há alguma banda nova que esteja te chamando a atenção?

Nuclear: Atualmente (fora as confirmadas como P.O.D., Ill Nino, Mudvayne, 36 Crazyfists, Incubus, Deftones...) tenho ouvido bandas de fora da midia em geral: Karnivool, Puya, Guano Apes, Spike 1000....

E 2 bandas estão me chamando a atenção: Mypollux (banda francesa que recentemente lancou cd novo mas que nao me agradou...prefiro os trabalhos anteriores) e Silent Civilian (projeto paralelo do vocalista do Spineshank).

3 comentários

Gladys de Paula Craveiro
Este comentário foi removido pelo autor.
Gladys de Paula Craveiro

Boa entrevista, Miltão.
Abraço!
Lelo

Bolas Lipert

Bacana ver alguém que começou a tocar tendo como mentor o Frusciante, não são muitos os guitarristas que tem coragem de admitir isso entre tantos guitarristas chatos fãs de fritadores. Sou da mesma escola "Frusciântica", hehe.

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