FULLTONE OCD – V4 – por Jack

14 de jun. de 2010 |

Breve introdução…

Alguns, ao verem o título acima, provavelmente poderão se perguntar “por que diabos vai sair um novo review de um pedal que já foi abordado antes na Toca???”… à esses, imediatamente, direi que “estão um pouco enganados”…

… de fato, em outra oportunidade, foi feito um review sobre o OCD, mais especificamente a V2, como se pode verificar no endereço http://tocadosefeitos.blogspot.com/2008/10/fulltone-ocd.html … ocorre, entretanto, que duas coisas podem e devem ser consideradas quanto a este novo review: 1) o pedal abordado na época era de uma outra versão; 2) o mais importante, na minha opinião, o que review que seguirá trará o ponto de vista de outro músico, o que por si só justificaria esse novo review… a Toca é um espaço democrático e, como tal, entende que é tremendamente interessante trazer diversos pontos de vistas… na verdade, não é a primeira vez que isso acontece… em maio e junho de 2007 foi feito mesmo com o BOSS OD-3… portanto, aproveitem o review que segue…  ;]


FULLTONE OCD – V4 – por Jack

Olá entocados! A convite do Milton, tecerei alguns comentários sobre um ótimo pedal que adquiri recentemente. Espero que gostem e acima de tudo, que seja útil.

O pedal em questão é o Fulltone OCD.

O acontecido

Faz algum tempo que esse pedal me chama a atenção. Desde então eu o desejava, mas por questões financeiras o tinha deixado de lado por um tempo, já que tinha no board o Cusack Screamer como ótima opção de overdrive.

Cheguei a testar um parente do OCD, o Robin Trower Overdrive, quando fui adquirir minha Strato, e gostei muito da dinâmica, timbre e comportamento do pedal em relação à amplitude de drives alcançados. Obviamente foi uma experiência excitante para que a vontade de comprar um OCD voltasse. Infelizmente, tinha algumas outras necessidades a serem consideradas antes de buscar um novo overdrive.

E como diria o poeta, "No meio do caminho tinha uma pedra, tinha um pedra no meio do caminho...". No meio do caminho para buscar um novo overdrive, surgiu a necessidade de um pedal com um pouco mais de ganho, e nas minhas andanças pela a internet achei um Lovepedal Classic Distortion a venda aqui em São Paulo a um preço que aceitei pagar. Fui, testei, gostei e levei. Pedal maravilhoso, mas que me cativou mais em baixos níveis de distortion que em altos níveis. Resumindo, comprei um distortion, mas usava como um drive. De qualquer forma, à época, o Lovepedal saiu bem mais em conta que qualquer OCD disponível ao meu alcance.

Mas o mundo gira, e um admirador e colecionador da linha Kanji, da Lovepedal, que precisava do Classic Distortion para completar sua coleção, me contatou querendo comprar o pedal. Nesse cenário acabei cedendo e vendendo o pedal, obviamente a um custo um pouco acima do que ele valeria, afinal não se acha esse pedal por aí em qualquer lugar.

Com a grana em mãos, enfim tomei coragem e fui atrás do tão sonhado OCD, do qual falarei um pouco mais agora.

O OCD(V4)

OCD V4 Gostaria de compará-lo com alguns pedais de drive que tive,  mais precisamente o próprio Kanji Classic Distortion, o Cusack overdrive e o TS9. Como escrever sobre efeitos é sempre muito relativo, talvez compará-los seja mais simples.

Ao receber o pedal, você acha que está sendo enganado, recebendo um tijolo ou coisa parecida, pois ele é muito pesado em relação a outros pedais. Literalmente um tanque. Se precisar de uma arma durante o show, é só utilizá-lo.

Botando o bicho pra funcionar, e passando algum tempo experimentando algumas regulagens, a primeira grande impressão que tive em relação ao OCD foi de transparência. Voltando um pouco no tempo, quando adquiri o Cusack Overdrive, eu também tinha o TS9DX da Ibanez. Quando da aquisição do Cusack, notei que o TS9 colocava uma camada extra sobre o som do amp, deixando o som meio mascarado. O Cusack melhorava isso infinitamente em relação ao TS9. Mantinha uma camada boa de médios, mas era mais equilibrado em relação aos graves e agudos.

Agora com o OCD, a sensação que tive foi a mesma em relação ao Cusack. No caso, o OCD é muito mais transparente que o Cusack, a ponto do Cusack soar sem brilho quando colocado lado a lado e configurado mais ou menos da mesma forma que o pedal da Fulltone. Obviamente, são pedais com propostas distintas, e cada qual ainda tem suas aplicações no meu som.

Comparando um pouco com o Lovepedal Classic Distortion, um ponto em comum entre eles é a questão de quanto mais drive, mais grave o pedal fica. No Lovepedal isso era bem intenso, talvez por ter mais ganho que o OCD, que tem uma ação de graves mais sutil, porém considerável.

Outro ponto decisivo na aquisição do pedal foi a amplitude de ganho encontrada nele. Após ler vários reviews e assistir vários vídeos, havia certa confusão quanto até onde conseguiria chegar com esse pedal. Uns diziam que era pedal pra blues, outros que dava sim pra tocar até hard rock, e outros, ainda, que era possível tocar metal com o pedal. Obviamente gostaria de um pedal que tivesse um ganho considerável, uma vez que estava me desfazendo de um distortion.

E não é que o bichinho tem um peso considerável. Apesar da adição de graves, usando o captador da ponte dá pra tirar uns sons bem pesados. No meu caso, a saber, o captador da ponte é um Sérgio Rosar Screamin Distortion, ou seja, um cap com bastante saída. Porém, mesmo com o single da Strato deu pra tirar uns sons de peso agradável. Diria um blues a lá Gary Moore, ou seja, com muito drive e sustain.

Quanto ao controle de volume, minha primeira impressão foi que soava mais baixo que o do Cusack. Realmente ele soa em algumas configurações. Mas a partir de 12h, o aumento de volume é considerável. Combinando alto volume com alto drive, tem-se bastante peso, mas até o momento não tive a oportunidade de levar para o estúdio para ver como se comportaria.

Quanto ao tone, terei que comparar com o do Lovepedal, que, diga-se de passagem, era incrível e que dificilmente encontrarei outro igual que não num Lovepedal. No Lovepedal não acontecia o que acontece com a maioria dos pedais, onde os extremos ou são estridentes ou são opacos ao extremo, ou seja, inúteis. No Lovepedal os extremos eram os mais úteis, pois zerado, dava um grave muito gostoso para se utilizar com strato, e no máximo acrescentava agudos na medida para utilização com humbuckers. No Caso do OCD o controle de tone é bem versátil, pois os extremos não me soaram tão inúteis se usados com cautela e para a obtenção de sons específicos, mas também não chega perto do tone da Lovepedal. Se o mundo fosse perfeito teria vendido o pedal e ficado com o controle de tone para colocar nesse Fulltone. hehe

Em fim, o controle de tone do OCD é, ainda assim, bem versátil, e combinado com drives excessivos geram texturas que lembram um "high gain" devido aos agudos adicionados.

Bom, indo à última característica do pedal, o famoso controle HP/LP. Posso dizer que, ao mudar de LP para HP, a primeira coisa que notei foi o aumento de volume no HP. Outro ponto é que no modo HP sente-se um diferença na equalização do pedal, que se torna mais agudo, ou “crocante”, mas sem estridência. Achei que esse modo combina bem com sons mais apimentados, enquanto o LP funciona bem com sons mais "clássicos" e encorpados. A despeito do som desse pedal, diria que ele tem um som bem moderno, mas que flerta muito bem com timbres clássicos também. De SRV a Satriani, ou de Led a Deep Purple, dá pra ir numa boa.

Botando pra funcionar com outro pedal de overdrive, que no meu caso é o Cusack Screamer Overdrive, consegui texturas bem agradáveis de distorções, podendo até flertar com um drive a la Iron Maiden. Acredito que combinado com o drive de um bom valvulado se consiga distorções bem interessantes e equilibradas.

Conclusão

O que mais poderia dizer desse pedal: ele é excelente. Diria que transparência e versatilidade na amplitude de Drive foram as duas características que mais me chamaram a atenção. Dá pra usar pra tocar de tudo, e junto com outro pedal de drive chegar a distorções mais clássicas. Acho que a Fulltone conseguiu algo novo com esse pedal. Um OD com características próprias, mas podendo soar mais TS Like, ou mais Marshall like, ou totalmente diferente, dependendo das configurações e equipamentos combinados. E talvez a grande prova disso seja as centenas de reviews desencontradas sobre como este pedal soa. Sem dúvida um dos melhores ODs do mercado, altamente recomendado para compulsivos obsessivos por drives como eu. hehehe

Sessão de Áudio

Separei para a Toca alguns áudios e vídeos para demostrar o pedal na prática. Infelizmente minhas condições de gravações não são as melhores. Isso quer dizer que se você gostar do som que ouvir é por que o pedal é realmente muito bom. Se não gostar, recomendo fortemente a visita a uma loja para testar o pedal, pois o pedal é realmente fantástico.

Para essas gravações foram usados:

Amplificador: Acedo 276 – 6w Falante de 8”

Guitarra: N Zaganin Strat Custom com captadores Dimarzio Area 61 (Infelizmente minha Tagima com caps de saída mais alta não estava disponível no momento dessas gravações)

Web Cam: Microsoft

Mic: Microfone de PC padrão.

Software: Windows Movie Maker.

Os áudios foram captados da mesma forma sem qualquer tipo de edição via software, a não ser os fade outs.

PS: O Audio Summer.mp3 foi gravado com a Tagima, usando o captador Sergio Rosar Screamin`Distortion na ponte,Ibanez DE-7 Delay, Keeley Compressor e Clyde Wah. Somente o OCD foi usado como drive.

PS2: A guitarra estava meio desafinada mesmo, mas foi gravado rapidamente somente como referência.

Vídeo 1

Neste primeiro vídeo, começo demonstrando um pouco da transparência do pedal e vou passando por diversas configurações, desmostrando um pouco da amplitude de cada um dos demais controles do pedal.

Vídeo 2

Neste segundo vídeo, demonstro um pouco da dinâmica do pedal em relação a usar os dedos e também em relação ao controle de volume da guitarra. Um característica bem legal do pedal.

Video 3

Neste terceiro vídeo apresento algumas configurações que achei legal no modo LP.

Video 4

Neste quarto e último vídeo apresento algumas configurações que achei interessantes no modo HP.

Audios

Alguns audios gravados aleatóriamente para testar o pedal.

http://www.4shared.com/audio/cmS_KUSK/summer.html

http://www.4shared.com/audio/LcStBJFY/acdc-ocd-1.html

http://www.4shared.com/audio/YaWJwKdb/acdc-ocd-2.html

http://www.4shared.com/audio/e02cawRB/acdc-ocd-3.html

7 comentários

Marcos Lelo Craveiro

Parabéns Jack, belo review, bom de ler. Pedalzin bom dos diachos. Gostaria de acrescentar que vc deveria assinar Ricardo "Jack" (+ sobrenome) para ter sua referência sempre linkada e diferenciá-lo de outros jacks internet afora ehehehe. Fica aí a sugestão pra vc e pro Milton.
Abraço!

Jack

Valeu Lelo pelo comentário.

joão braun

jack, muito bom o review.
tenho um ocd e um 296. com tele e com p90 fica o bicho!
de fato, o que me chamou atenção nele foi a transparência e a amplitude de drive que ele oferece.
abraço!

Bodão Hubner

Que belo review Jack!!!

Assim como os do Milton, fez a minha GAS gritar, forte, ehehehe

Ainda vou pegar um desses, nem que seja um Clone!!!


Parabéns!


Bodão Hubner

Jack

João e Flávio, valeu pelos comentários!!

Anônimo

Jack, belo review.
Tenho uma Les Paul com captadores Saymour Duncan(JB na ponte e 59 no braco) e uso com um aplificador Fender 212r. O drive e o more drive do ampli nao estao me deixando satisfeito, pois nao tem o equilibrio que eu gostaria no som.
Vc acredita que com o OCD v4 eu chegaria a um som mais encorpado?

Anônimo

ow bateu uma gas to compran do o meu esse nes ainda, vou usa-lo com um bb preamp e um balckstar dual ....parabens pelo review

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