EFX MAXIMIZER

28 de jan. de 2010 |

Um breve relato histórico...

Antes de passar diretamente à análise do Maximizer, quero comentar brevemente como conheci a EFX e, por óbvio, o Eugênio...

... confesso que não me recordo sob que circunstâncias encontrei o Eugênio, mas lembro que isso se deu em dezembro de 2004, justamente o período que descobrí os primeiros handmade’s... o Eugênio não foi o primeiro, curiosamente, mas foi aquele que viabilizou um pedal que eu queria e que o outro handmade que eu mantinha contato não estava conseguindo fazer... talvez o Eugênio me desminta, não sei, mas se não me engano o The Switcher tem um pouco do meu DNA, pois foi justamente o line selector que eu pedí pra ele fazer, já que na época eu usava uma BOSS ME-8 com alguns pedais e queria separar uma coisa outra de forma fácil e, o mais importante, mais barata que um BOSS LS-2, uma das poucas opções para tanto na época… depois do The Switcher, comprei o DS-1 modificado e o tremolo Pulse Vintage (esses no início de 2005), com os quais também tive uma boa experiência (o que pode ser constatado nos reviews desses pedais no site da EFX)…

… contudo, aos que se lembram, embora funcionassem, naquela época os pedais do Eugênio careciam de melhor acabamento, especialmente estético… quando encontrei a EFX, lembro que existiam 3 handamade´s de destaque: 1) a própria EFX; 2) a Hurricane Effects; e 3) a Hobbertt… naquela época, em que era novidade poder ter um similar de Tube Screamer por menos de R$200,00, parecia que a estética não importava muito, mas sim a oportunidade de ter um pedal que soasse pelo menos muito próximo ao original…

… com o tempo, entretanto, isso foi mudando… os consumidores, por assim dizer, começaram a entender um pouco mais do riscado e começaram a exigir mais qualidade em todos sentidos, seja na construção, na qualidade dos componentes e na estética também… o primeiro a partir para esse caminho, pelo que me lembro, foi o João Luiz, da 56inc… conhecí o João em meados de 2005, se não me engano, por conta de um anúncio no Mercado Livre… o João sempre foi e até hoje é um cara muito acessível… com ele tive a oportunidade de propor o primeiro clone do TS9DX… por conta disso, e da disposição dele, comecei a comprar muitos pedais da 56inc, todos com um padrão um pouco diferente, especialmente quanto ao visual… depois, com o lançamento do Tubestation, o patamar ficou ainda mais elevado e quem estava na “rabeira” teve de correr um pouco atrás do prejuízo… anos depois, em 2007/2008, veio a PD Efeitos (hoje Bérro Custom) que também trouxe melhorias no layout, mostrando ao restante que essa era uma tendência necessária…

… se tardio ou não, não importa, a EFX se reformulou completamente há quase 2 anos (se estiver enganado, pode me corrigir, Eugênio…. hehehe)… num primeiro momento, trouxe um site eficiente (que considero um dos melhores entre os handmade´s), uma nova caixa, já que a antiga há algum tempo vinha sofrendo algumas críticas, e artes incrivelmente criativas e bacanas, sem falar dos componentes e peças de melhor qualidade (pelo que já foi possível observar em fotos internas de diversos pedais)… dessa forma, ainda que já fosse um dos handmade´s mais bem sucecidos, fez com que alguns guitarristas que estavam distanciados olhassem de novo para a EFX, algo que aconteceu com esse que vos escreve, devo confessar…

… e não foi em vão esse novo olhar… realmente as coisas mudaram, e para melhor… para provar isso, seguem abaixo fotos do meu Maximizer…

 

Como me decidí a comprar o Maximizer

Creio que grande parte do público da Toca saiba que sou um grande defensor do trabalho dos handmade´s… alguns, inclusive, cresceram tanto que já possuem padrão de boutique… entretanto, e escrevo sobre isso há muito tempo, muitas vezes a grande vantagem não está no fato de ter um pedal parecido ou eventualmente igual ao original, mas sim no fato de customizá-lo, de poder ou mudar alguma funcionalidade, ou agregar um recurso diferenciado…

… no caso do Maximizer, que sempre foi um pedal com o qual eu flertava, o processo se deu de forma muito simples: eu conhecia o original e queria que o meu Maximizer soasse dessa forma, portanto, estava decidido a comprar o original da BBE… contudo, certa vez, conversando com um amigo que tem o original, e que é um cara bastante criterioso ao comparar clones com originais, ele me disse que teve a oportunidade de testar ambos e chegar à seguinte conclusão: são muito próximos… a única diferença é que o da EFX tem uma ponta a mais de agudos…

… bom, com um depoimento desses, de um cara que sei que é bastante criterioso e exigente, que tem o pedal original, diga-se de passagem, somado ao fato de que há algum tempo eu queria conhecer a “nova EFX”, decidí comprar o Maximizer…

Comprando o pedal com a EFX

No meu caso, eu não tinha dúvidas quanto ao pedal: sabia o que queria, conhecia o pedal e o preço dele… por essa razão, entrei no site (http://www.efxpedais.com), entrei na seção Dúvidas/Como Comprar, preenchí o formulário e fiquei no aguardo do retorno… recebí o retorno no dia seguinte com todas as informações necessárias para efetivar a compra… feito o pagamento, começou a correr o prazo para envio do pedal (2 semanas)… confirmado o depósito do valor do pedal e do frete, recebí um email, com remente da Prefeitura do Município de São Paulo, contendo um link para acesso à nota fiscal eletrônica de serviço da EFX… isso, de fato, é uma grande novidade e mostra que aqueles tempos de “fundo de garagem” já se foram… hoje a EFX tem CNPJ e trata o seu produto como qualquer empresa… fiquei muito positivamente surpreso, pois não tinha conhecimento disso…

… por fim, faltando 1 dia para completar o prazo informado, fui avisado do envio do pedal, que chegou nas minhas mãos no dia seguinte, ou seja, o prazo acordado foi respeitado, o que mais uma vez mostra profissionalismo e atenção ao combinado com o comprador…

Enfim, o Maximizer…

Sempre foi, pelo menos pra mim, um pouco complicado categorizar e explicar o que faz o Maximizer… entretanto, certa vez lí (infelizmente não lembro quem escreveu isso) alguém concluindo que o Maximizer “masteriza” o timbre… e efetivamente é isso que o pedal faz, ele “masteriza” o som… claro, pra quem não está familiarizado com processos de gravação, dizer que o pedal “masteriza” o timbre não ajuda muito, mas para quem está familiarizado, imagino que já tenha entendido um pouco como ele funciona… outra definição, também bastante interessante, está no próprio site da EFX, que afirma que o pedal “realça as frequências e os harmônicos dando mais profundidade aos graves e mais brilho aos agudos”… é mais ou menos isso também…  ;]

… agora, para começar os trabalhos, recomendo que todos vejam o vídeo que segue, pois ele traz uma interessante explicação sobre o funcionamento do sistema Sonic Maximizer, da BBE… mesmo quem não entende inglês entenderá o desenho que ele fez, que é o mais interessante de todo o vídeo:

O mais importante a se depreender do desenho feito no vídeo é o fato de que o Maximizer não é tão somente um EQ de duas bandas ou mesmo um booster, mas sim, antes de tudo, um simples processador que processa o sinal recebido e o deixa mais definido… se isso ocorre conforme o desenho do cara? Eu não sei… hehehe… mas isso ocorre, de fato…

grande_maximizer1 … além desse melhor processamento do sinal, o pedal possui dois controles: LO CONTOUR e PROCESS… o controle LO CONTOUR permite um controle de graves, mais precisamente na faixa dos 50Hz, enquanto que o PROCESS permite um controle de agudos, mais precisamente na faixa dos 10kHz… e são esses controles que trabalham em consonância com a primeira definição, qual seja, a de que o Maximizer “masteriza” o timbre…

… os graves que o LO CONTOUR traz ou reforça no som podem ser chamados de sub-graves… na verdade eles encorpam o timbre, dando maior pujança e punch… e essa foi uma das grandes razões pela minha decisão de comprá-lo, uma vez que, depois de tocar muito com valvulados, comecei a achar meu timbre magro toda vez que usava amp´s transistorizados (o que tem sido o mais comum ultimamente)…

… já o PROCESS traz ao som uma faixa bem alta de agudos, mas que ajudam muito no timbre… eu sempre gostei de timbres vivos e, de uma forma geral, acho que meu equipamento tende a soar mais neutro que aberto ou fechado, o que na verdade é o comum… depois de um tempo trabalhando com produções, percebí que o brilho que buscava era similar à aquele obtido nos processos de masterização de uma música, e uma das poucas formas que conheço de conseguir isso (pelo menos com um equipo de custo médio) é com o Maximizer… com ele o timbre fica mais na cara… a sensação que ele dá é que antes o timbre parecia estar com um cobertor na frente, enquanto que com o pedal o cobertor sai e deixa o som ficar mais vivo e presente… basicamente era isso que eu buscava e, felizmente, é isso que tenho conseguido com a experiência que tenho tido com o pedal…

… como pode-se perceber, é um pouco complicado explicar o funcionamento do Maximizer… certamente ficará mais claro no material multimídia que seguirá abaixo… entretanto, respondendo a questão chave: é um pedal fundamental? Não, porque, na minha opinião, não existe pedal fundamental… mas é um pedal muito útil, sem dúvida alguma, desde que se procure algo parecido com aquilo que descreví que eu procurava… veja bem, não é porque se usa o Maximizer que de repente é óbvio concluir que o timbre estava abafado… claro que não… na verdade, trata-se apenas de mais uma característica do som que se quer ou não… pode ter quem não queira esse tipo de brilho e presença, e pra esse pode não ser interessante esse tipo de recurso… entretanto, eu acho ele muito útil para diversas funções, pois o controle de agudos responde de forma bastante ampla, não sendo, portanto, necessário ter o brilho tão na cara, a não ser o suficiente para dar mais definição nos agudos do instrumento… por outro lado, os graves que o pedal traz são excelentes e fazem muita diferença na resposta do timbre… o LO CONTOUR traz consigo um corpo ao som que o diferencia da turma, pelo menos pro meu gosto…

… em relação à posição dele na cadeia de sinal, sem dúvida alguma a melhor posição é como último pedal da cadeia… quem usa o drive do amp. pode e deve colocá-lo no loop (se por acaso o amp. tiver loop, obviamente)…

… em tempo, para elucidar ainda mais a atuação desse pedal no timbre, segue abaixo 5 samples que eu gravei, bem como um vídeo da própria BBE, empresa que fabrica o Sonic Stomp… eu optei por usar condições distintas de timbre, de um limpo até um pesado, até para mostrar mais amplamente como o Maximizer pode atuar junto ao timbre… em cada sample eu primeiro toco sem o Maximizer e depois repito a mesma coisa com o Maximizer ligado… no geral, procurei não exagerar nas regulagens do pedal, muito embora alguns possam soar assim, até para mostrar o alcance de cada controle… genericamente, o pedal exerce mais diferença nos timbres sujos, entretanto, vale observar nos samples mais limpos como as notas agudas ficam mais claras e definidas…

… de resto, amigos, obrigado pela preferência e não esqueçam de acessar com mais freqüência a Toca, pois ela está sendo atualizada continuamente… de resto, quem ainda não faz parte do mailist do blog, mande uma mensagem para o email tocadosefeitos@yahoo.com.br solicitando a inclusão…

… ah, e quem quiser fazer o download de todos os samples, basta acessar o endereço http://www.4shared.com/file/201656985/d0d4f59b/EFX_Maximizer.html… aliás, esses samples, assim como muitos outros, estão na pasta da Toca, no endereço http://tocadosefeitos.4shared.com… não se esqueçam que ela ainda existe e que pode ser sempre muito útil… hehehe

Abraços e até a próxima… ;]

8 comentários

Gladys de Paula Craveiro

Valeu pelo post, Milton. Nunca ouvi falar do tal pedal, senti claramente o efeito provocado. Muda de uma forma que me lembrou (quando com o pedal desligado) minha guitarra ligada no amp, mas passando por toda a pedaleira, e com o maximizer ligado, como se a guita fosse direta pro amp, sem nenhum cabo a mais. Entendi q é mais que isso e com opções de ajuste, mas realmente me lembrou muito isso e vem a questão:
isso seria uma solução pra uma grande cadeia de pedais comendo sinal e dando o mesmo efeito "cobertor que abafa" pro timbre final?
sabemos que só nós mesmo, doentes que tocam guitarra, que reparam nisso ahahah
[ ]s

Milton Morales

Lelo, eu não consigo te dizer que ele não possa ser uma solução para cobrir a perda de sinal de uma cadeia grande, mas acho que não seria bem essa a função dele, até mesmo pela faixa de graves e agudos em que os controles atuam... creio que o RC BOOSTER, da Xotic, seja mais apropriado para essa função, pois não colore tanto o som... o Maximizer colore bastante, com um EQ de sub-graves e super-agudos, digamos assim... ;]

Abraços!

Unknown
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown

Cara, muito bom o review. Eu já tinha me decidido, antes de ler que iria comprar esse pedal, que será meu primeiro EFX. Os samples estão muito bem gravados e com presets bem variados. Esse pedal é bom pra ficar ligado a noite inteira num show.

Bodão Hubner

Muito bom o review e os samples (como se fosse novidade)e me tirou umas últimas dúvidas que tinha sobre esse pedal...

Agora vou ter que comprar um, ehehe

Parabéns pelo ótimo trabalho de sempre!!!

Bodão Hubner

Milton Morales

Grande Bode, valeu pelos elogios...

... e se precisares comprar um Maximizer... hehehe

Abraços!

André Carvalho

Seria como um equalizer, mas nos extremos do agudo e grave??? Uso um equalizer e a diferença eu acho parecida, só que no equalizer são 7 bandas. Da pra explicar mais ou menos a diferença??? Valeu pelo blog, muito bom mesmo.

Milton Morales

André, o Maximizer é mais que um EQ... os controles dele atuam dessa forma, em uma faixa bem baixa e outra bem alta de frequências... além disso, o pedal faz um tratamento no timbre, como num processo de masterização... recomendo que dês uma olhada no primeiro vídeo postado no review, pois nele sacarás melhor o processo do pedal, que, sim, vai além de um EQ...

Abraços!

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