Como essa história começou…
Pois é, amigos, alguns de vocês, assim como eu, nunca tinham ouvido falar da COLLATERAL FX… até hoje, tenho certeza disso, não somente pelo presente review, mas também por conta dos tempos vindouros desse novo handmade…
… eu conhecí a COLLATERAL FX, e mais especificamente o Guilherme, que é o cara por de trás da marca, meio que por acaso… eu estava navegando num tópico sobre drives e fuzzes de uma comunidade do orkut, quando me deparei com um membro elogiando, e muito, os “pedais do Guilherme”… e como eu não preciso de muito para querer ver qual é a do pessoal mais novo no negócio, fiz contato com o Guilherme e começamos a trocar algumas figurinhas…
… numa delas, quando eu queria saber quais pedais ele estava fazendo, ví, pela primeira vez, o Dirty Little Secret, um pedal, que quem acompanha a Toca, sabe que goza de imenso prestígio comigo…
… ocorre, entretanto, que eu não tinha a pretensão de comprar qualquer clone desse pedal, pois eu queria exatamente o som que eu ouví no pedal original… de qualquer forma, resolví perguntar para o Guilherme onde ele tinha conseguido esse projeto, quando, para minha imensa surpresa, ele responde: “conseguí num fórum em que o próprio projetista e dono da Catalibread (marca do DLS) entrou para ajudar o pessoal, corrigindo o projeto que tinha sido postado antes”… é ou não é para causar surpresa e quem sabe até certo assombro?…
… por conta da minha surpresa, resolví me aprofundar um pouco na informação que ele me passava, pois, e acho que talvez nunca tenha comentado isso com ele, é natural no mínimo uma ponta de ceticismo nesse tipo de informação… ocorre, por outro lado, que o Guilherme não se acanhou e me passou o endereço do tal fórum, onde pude, de fato, constatar que realmente o dono da Catalinbread participou desse projeto feito pelo pessoal de lá… e mais que isso, ele mesmo posta fotos de clones feitos pelo pessoal mundo afora… aliás, não lembro onde lí isso, se no fórum ou no blog dele, mas, segundo o cara, ele não tem apego quanto a esse tipo de coisa por achar ser lisonjeiro um cara que não o conhece, possivelmente do outro lado mundo, querer copiar algo que ele tenha criado… decididamente é uma forma muito interessante de ver as coisas, não é verdade?…
… então, por conta disso, resolví apostar no Guilherme, ainda mais porque o pedal custaria menos da metade de um original, e com o plus d´eu poder customizá-lo um pouco, que foi o que fiz e que, a partir de agora, passo a me deter um pouco…
O que é, então, o DIRTY SEXY WEAPON?
Se fosse um jogo de perguntas e respostas, bastava responder que o DIRTY SEXY WEAPON é uma cópia do Dirty Little Secret… mas com “mais”, uns “mais” que deixaram o pedal ainda mais interessante, pelo menos na minha opinião…
… o DIRTY SEXY WEAPON, como pode-se ver na foto, tem mais chaves que o seu original… explicando melhor o pedal, o primeiro footswitch (da direita para a esquerda) faz o acionamento do pedal… o famoso liga/desliga; o segundo footswitch intercala entre os modos ROCK e RAWK, algo que, no DLS, só é possível através da troca de posição de uma chave; o terceiro footswitch aciona um booster de volume para os solos; e, por fim, a chave que fica acima do terceiro footswitch intercala entre as duas versões do pedal, a V.1 e a V.2… ou seja, não é somente um clone do DLS, é um pedal para quase todo o tipo de necessidade, true by pass e muito bem construído, como pode-se perceber na foto acima…
… quando falo em “quase todo o tipo de necessidade” não o faço por generosidade ou qualquer coisa do gênero, mas sim porque realmente essa é uma característica muito presente no pedal: a versatilidade…
… o modo ROCK, como se presume, trabalha brilhantemente bem em faixas que vão desde um blues até um hard rock…
… ah, e uma coisa importante: esse pedal visa soar como um Marshall, então, quando se pensar em blues, pense em timbres de Marshall, e não em timbres de Fender, por exemplo…
… aliás, se tem algo superior nesse pedal em relação à outros com a mesma proposta é justamente o fato de soar como um Marshall, mas de forma absolutamente verossímil… não há regulagem que eu use que não soe como um Marshall… sinceramente, e já escreví sobre isso antes, esse pedal já está alguns degraus acima de outros recentemente consagrados no gênero, como o OCD e o Box of Rock… na minha opinião, claro…
… voltando ao modo ROCK: esse modo, além de muito versátil, mais que o RAWK, possui uma resposta à dinâmica impressionante… seja “na mão”, seja usando o volume da guita, ele responde muito bem… eu mesmo, que costumo usar vários drives, em faixas diferentes de ganho, ainda não tinha feito um show na vida que pudesse me bastar apenas um pedal de saturação… pelo menos não até que eu conhecesse o Dirty Sexy Weapon… só com o volume atinjo todos os níveis de ganho que preciso, sem perder corpo e presença no timbre, que é o mais raro e o mais importante nesses casos…
… outra característica tremendamente interessante é, na minha opinião, a forma como o pedal responde ao usar-se o TONE, pois, ainda que em regulagens que dêem mais brilho ao timbre, ele não perde corpo, não fica só médio-agudo… ele mantém aquele “chunk” nos bordões, mas com o brilho desejado… esse, realmente, é um ponto diferenciado, na minha opinião, pois outros pedais ou não conseguem dar brilho ao som, para não perder a boa resposta de graves, ou perdiam muito corpo para ter brilho… sem falar que, se o músico fosse compensar isso com o ganho, em grande parte dos pedais do gênero o timbre ficava muito embolado, pois o ganho deles costumava empregar muitos graves, algo que já não acontece com o DSW…
… numa das primeiras vezes que testei o DSW, após tocar rapidamente nos dois modos, procurei algo diferente, que tinha conseguido com o DLS original e que, pelo menos pra mim, seria o teste de fogo para o pedal: eu tinha setado o modo ROCK de uma forma que, fazendo uso do captador do braço da minha Les Paul, eu conseguia aqueles timbres meio fuzz dos idos de 60/70… e, para minha felicidade, também consegui isso com o DSW… aliás, essa é uma das minhas regulagens preferidas… uso o modo ROCK com ganho em torno de 10hs, tiro um pouco de volume da guita quando quero limpar o timbre, abro quando quero esse fuzz, e passo para o modo RAWK quando procuro dar peso, ou mesmo apenas para fazer um solo, sem fazer uso do booster, já que o RAWK tem um pouco mais de volume que o ROCK, uma vez que, naturalmente, tem mais ganho…
… aliás, o modo RAWK é o mais puro timbre de Marshall anos 80, daqueles que se ouve nos hard rock farofa da época, ou mesmo nos melhores tempos do Van Halen… com ele é possível trabalhar com dinâmica, fazer uso de regulagens com menos ganho, ainda que isso seja um pouco perda de tempo, pois o trabalho dele é mesmo o de dar peso ao som… já com o ganho em 9hs ele soa robusto… aliás, é justamente aqui que temos grande parte da graça desse modo…
… reiterando, o ganho do modo RAWK já é bastante proeminente mesmo setado em 9hs, por exemplo… e aí pode vir a pergunta: mas, então, qual a diferença de colocar o ganho às 9hs e às 14hs? Pois é, em termos de distorção, sujeira, muito pouco, pois, acredite ou não, com o ganho setado às 14hs o timbre limpa um pouco… isso mesmo, limpa um pouco, e isso é das coisas mais interessantes nesse pedal, ainda mais para um cara que, como eu, usa esse modo em 90% do tempo…
… lembram daquele grave/corpo excessivo de outros pedais? Pois é, no DSW isso aparece acrescentando ganho, mas apenas para encorpar o som, acentuando o ganho das freqüências, sem embolar todo o timbre acrescentando mais sujeira ao som… tente imaginar uma camiseta GG numa criança de 10 anos ou num adulto de 30 anos: independentemente do peso de cada um, a tendência é que ela vista melhor no adulto de 30 anos, pois ficará mais na medida, mais esticada, melhor adaptada ao corpo dele… é mais ou menos isso que acontece no DSW em modo RAWK… com setagem de ganho em 9hs (criança de 10 anos), o timbre fica até muito interessante para solos, pois tem um certo nível de compressão que com mais ganho se perde um pouco, inclusive porque de um lado o timbre é menos encorpado, enquando do outro é mais robusto… já com o ganho em 14hs (adulto de 30 anos), o timbre fica maior, mais como de um valvulado, o que se percebe claramente em altos volumes, em ensaios ou shows, dando até mais definição, já que o potencial do modo RAWK “veste melhor a camiseta” nesse tipo de situação… o modo RAWK com pouco ganho é ruim? Claro que não, mas se você quiser tirar o melhor que ele oferece, o interessante é ir além disso, mesmo porque para setagens com menos ganho o modo ROCK é superior…
… além dos modos, imagino que alguém deve ter se perguntado: ok, mas e qual a diferença da V.1 para a V.2? Faz diferença ter essa chave no pedal? Na minha opinião, faz, e muita…
… a diferença básica entre ambas versões está na faixa de atuação dos médios… de certa forma, e não sei se essa analogia deixará claro, a versão 1 é mais TS808, enquanto a versão 2 é mais TS9, ou seja, a V.1 acentua mais os médios-graves, enquanto a V.2 acentua mais os médios-agudos…
… ambas versões, ao meu ver, são muito úteis… de uma forma geral, gosto mais da versão 2, que emprega mais brilho, sem falar que define melhor o som das primas da guitarra… para sons com menos ganho, me parece a melhor opção… já para sons mais distorcidos, aí depende de gosto… a versão 2 me soa mais completa, com uma gama maior de freqüências presentes… a versão 1, por sua vez, acentua mais as freqüências baixas e, por essa razão, é ótima para riffs pesados, ou mesmo para algumas sonoridades mais setentistas… na verdade, isso depende de gosto… não tem uma que seja melhor que a outra… no meu equipo gosto mais de usar a versão 2, mas não porque seja melhor, apenas porque soa melhor, de uma forma geral…
E o som, hein?
Pois é, e o som… bom, foi justamente esse ponto que atrasou um pouco a publicação deste review… eu procurei de todo o jeito possível tirar desse pedal o maior número de sonoridades, de formas variadas e com o maior número de recursos possíveis, ainda que isso não signifique grande qualidade de recursos, mas sim grande variedade de possibilidades…
… a primeira coisa que fiz foi gravar alguns vídeos, que seguem no final deste review… o primeiro mostra alguns timbres com a V.1; o segundo traz alguns timbres com a V.2; e, por fim, o terceiro vídeo faz um comparativo entre ambas versões…
… após o vídeo, procurei gravar alguns samples, e para isso fiz uso do mais precário e menos indicado equipamento possível: microfonei o meu famoso e difamado Staner Kute25 com um microfone similiar a um Shure SM57 (o GM 570) na boca do falante, passando por um placa de som on board de qualidade duvidosa, ou seja, será que os samples prestam? Bom, o melhor para saber é ouvir (apropósito, os samples não tiveram tratamento algum… estão o mais cru possível por causa disso)…
… os 4 samples possuem nomes que trazem a idéia de cada um: o primeiro se chama Like some AC/DC, o segundo se chama Blues Stuff, o terceiro Dynamic Stuff e o quarto Song – Rock e Rawk, onde uso ambos modos no mesmo sample:
… por fim, como eu ainda não estava completamente satisfeito, resolví gravar mais alguns samples, dessa vez fazendo uso de uma placa de som melhor e que me permitiria gravar o pedal através de algum software com simulação de caixa… foi o que fiz: pluguei o pedal direto na placa e usei simulações de caixa do Guitar Rig… o resultado ficou interessante, exceto pelo fato que a gravação começa alguns segundos depois… basicamente, por conta de alguma configuração mal feita, o som com a simulação só entra depois de alguns segundos, portanto, não estranhem se demorar um pouco…
… nessa oportunidade, optei por gravar samples mais básicos: os dois primeiros são as versões 1 e 2, respectivamente, com ganho mais baixo, assim como os dois últimos são ambas versões com ganho mais forte… nada além disso:
… se for da preferência dos amigos, é possível baixar todos os samples pelo endereço http://www.4shared.com/file/vIj_jxHU/COLLATERAL_Dirty_Sexy_Weapon.html
… no mais, amigos, espero que tenham gostado do presente review… quem quiser maiores informações sobre os pedais da COLLATERAL FX pode contatar o Guilherme pelo email batteryacidtea@gmail.com
… e, de resto, abraços e até a próxima… ;]
15 comentários
Fala Milton! Valeuzão pelo review, ficou super completo, e os samples, bem... cansei de falar né? ficaram ótimos. É uma honra aparecer por aqui no blog, espero que aconteça com mais pedais brevemente hehehe.
Abração!
Grande Guilherme,
Que bom que gostaste do review... e, claro, sempre que tiveres novidades, a Toca estará escancarada... hehehe
Abraços!
Ainda não escutei os samples (estou no trampo), mas PQP, acho que foi melhor review que vc já escreveu!!!
Fez a merda da GAS gritar alto, HAHAHAHA
E Parabéns para o Guilherme pelo trampo, e pensar que lembro de quando ele não sabia montar pedais, ,HAHAHAHA
Abraços
Fala, Bodão... obrigado pelos elogios ao review... e, de fato, o pedal é para deixar a GAS no máximo, podes ter certeza... se só leste o review, imagino como não vai ser quando ouvires a criança... hehehe
Abraços!
Belo review Milton. Atiçou muito a GAS por este belo pedal. Já considerava fazer um desses pra mim, agora mais ainda.
Parabéns ao Guilherme e parabéns a Toca dos efeitos!!!
Grande Juneca... valeu pelos elogios... ;]
Nunca tinha entrado aqui na toca...
Parabéns pelo excelente trabalho q vem fazendo ae SR. Milton, e q pedal animal esse DSW heim, mto bom o review e os samples.
Excelente review ein Miltones... muito elucidativo... rs
Guilherme é firmeza demais, faz um trampo muito digno e repeitável... além de ser meu parceiro de compras no exterior... hahaha
Ficou animal demais o pedal, e o som dele é fantástico...
Parabéns pela aquisição e o belíssimo review...
E parabéns ao Guilherme pelo excelente trabalho!!!
Chou e Big, valeu pelos elogios ao review... e ao pedal também, claro... realmente o DSW é excelente...
... e poderá ficar ainda melhor, se o Guilherme conseguir fazer uma pequena MOD que pedí pra ele... mas sobre essa MOD, se sair, comento no futuro... ;]
Abraços!
Valeu pelas palavras aí, Big! Tu sabe, "é nóis mano", hahahaha...
E qualquer duvida, galera, só entrar em contato. E vamos ver se eu consigo fazer isso de outra maneira, Milton!
Milton, excelente trabalho mano, esse seu blog é demais para os amantes das caixinhas coloridas!!!
mano vc poderia nos dizer qual a mod q vc falou para o guilherme fazer? qual o preço do DLW?
obrigado e parabens pelo blog mano.
William, obrigado pelos elogios... é sempre bom saber que o blog segue atraindo o interesse do pessoal... valeu mesmo... ;]
... sobre o preço do DSW, eu realmente não sei o preço dele hoje... o ideal seria contatar diretamente o Guilherme... e quanto ao MOD, acho melhor nem comentar ainda, pq o Guilherme ainda não tem certeza se ele seria possível... mas se for possível, será um MOD sensacional... pelo menos na minha opinião... hehehe
Abraços!
sacanagem mano...
mas te entendo, só queria saber mais algumas coisas, vc q já testou o DLS original e o DSW, o handmade consegue reproduzir o som do DLS bem? eles são identicos em materia de som? o DSW consegue ser um drive unico no set ou é melhor ter mais um pedal para acompanhalo?
abçs
Vamos por partes, William... hehehe
vc q já testou o DLS original e o DSW, o handmade consegue reproduzir o som do DLS bem?
- Sim, já testei ambos, não lado a lado, é preciso frisar, pois dessa forma teria condições de fazer uma análise mais detalhada, mas aos meus ouvidos o DSW soa realmente muito parecido com o o DLS... salvo por ter um pouco mais de ganho, e isso pq o Guilherme me disse que faria o pedal com um pouco mais de ganho, pq, do contrário, provavelmente eu não conseguisse apurar isso sem os dois pedais juntos...
eles são identicos em materia de som?
- Como coloquei acima, para fazer uma comparação precisa, só se eu conseguisse testá-los lado a lado... de qualquer forma, posso te garantir que são no mínimo muito parecidos...
o DSW consegue ser um drive unico no set ou é melhor ter mais um pedal para acompanhalo?
- Tudo depende de gosto e necessidade... eu gosto muito dos 2 modos do pedal, mas para ele ser perfeito, na minha opinião, seria interessante poder ter um controle de ganho independente para cada modo (esse é o MOD que o Guilherme está estudando... hehehe)... dessa forma, pra mim, sim, seria um pedal definitivo... mas ainda assim pra mim... de repente do jeito que ele está pode ser definitivo para os outros... por isso que a melhor resposta é "depende"... hehehe
Abraços... ;]
seria interessante poder ter um controle de ganho independente para cada modo (esse é o MOD que o Guilherme está estudando... hehehe)...
consegui arrancar a informação de vc!sHAUSHuahsuHASUHaushuahsuahsuHAU
Legal sua ideia kra,eu pensei q isso podia ser um problema tbm(naum ter controles individuais de ganho), pq como vc falou no review, um é melhor com mais ganho e o outro com menos.
vlw
abçs
Postar um comentário