Amigos, é com imenso prazer que a Toca dos Efeitos traz hoje uma entrevista com o Ed, "o" cara por trás da Ed´s MoD ShoP, excelente e diferenciada marca de pedais brazuca, que já teve um pedal analisado aqui na Toca... quem ainda não viu, veja em http://www.tocadosefeitos.com.br/2013/02/eds-mod-shop-heartbreaker-od.html ...
... essa entrevista foi capitaneada pelo Vino Ferrari, portanto, todo o crédito vai pra ele... ;]
... e sem mais delongas, vamos à entrevista...
#1 - Buenas, Ed? Primeiramente, é um prazer fazer essa entrevista contigo. E começando o nosso papo, gostaria que tu te apresentasses para os leitores da Toca dos Efeitos, contando um pouco da tua história com a música e o primeiro contato com a guitarra e os pedais de efeitos.
Valeu, Vino! É um grande prazer participar desta entrevista com vocês, obrigado pelo espaço! Sou o Eduardo Bonatto, Paulistano, Casado e recentemente pai de um filho lindo (estou achando que ele é canhoto, vai pegar as stratos do pai que nem o Hendrix \o/), formado em Administraçao de Empresas (é...). Comecei a tocar violão com 13 anos de idade (ja faz mais tempo do que eu gosto de admitir) e logo depois já passei para a guitarra que era a minha opção inicial. O violão requeria um investimento menor para começar, dessa forma assim que eu resolvi que iria seguir com a música estava pronto para fazer um investimento mais “sério”: uma guitarra Gianinni e um amplificador Staner Kute 55. Depois veio uma guitarra um pouco melhor, uma Ibanez Roadstar (parecida com a do Satriani) ...nascido em 80 não consegui escapar da febre do Floyd Rose que imperava na época. Fui comprando pedais aos poucos, Boss, MXR e ProCo (RAT) que era o que havia no Brasil naqueles dias. A brincadeira de tocar e colecionar ao mesmo tempo me agradou muito, mas em um surto troquei todos os pedais por pedaleira digital... e rapidamente voltei aos pedais. Desde que comecei a tocar tenho estado envolvido em bandas de louvor na igreja e com algumas bandas “de barzinho”. Isso sempre me proporcionou uma abordagem de músico em situações e volumes de palco, mix de banda e também em gravações. E o ambiente de estúdio: o que serve para testar os pedais no “valendo” e aprimora-los neste sentido. Muita coisa soa linda no quarto ou mesmo na gravação, mas não funciona ao vivo, com uma banda com outra guitarra ou teclado junto.
#2- E a confecção de pedais de efeitos? Como isso apareceu no teu caminho? Conta como foi a caminhada até chegar na Ed’s MoD ShoP.
Aconteceu meio que por acaso: Fui ficando mais e mais interessado por pedais em meados dos anos 90/2000 quando o fenômeno dos Boutique Pedals começava a aflorar. Eu ficava babando naquelas latinha coloridas e diferentes. Naquele tempo não havia a menor possibilidade de testar muito daquilo a não ser que você de fato importasse, o que tornava tudo caro e difícil. Ao mesmo tempo eu achei na B&H escola de Luthieria um curso básico de eletrônica aplicada a pedais que eu cursei junto com o curso de Luthieria básico e intermediário (contruí minha tele “72 Custom” neste curso). Até aí eu estava casualmente fazendo os cursos para me distrair um pouco do trabalho em escritório, mas o bicho pegou quando eu consegui fazer o meu primeiro pedal de Fuzz, um Ampeg Scrambler. Esse Fuzz ficou tão bacana que naquele momento mágico caiu a ficha: “eu podia fazer isso pra sempre”. A idéia foi amadurecendo até o ponto de eu largar de vez o trabalho em escritório e me dedicar totalmente ao empreendimento de pedais, e nasceu a minha primeira marca de pedais que vocês já devem ter escutado falar, a Deep Trip (que continua na ativa). Mas eu sentia falta de mais criação, coisas diferentes, trabalhos customizados de verdade. Daí nasceu o conceito da Ed’s MoD ShoP: noise meets art. Dentro da grande variedade de pedais de “Boutique” hoje em dia o que nós vemos cada vez mais são “pequenas fábricas” disfarçadas de Boutiques... linhas de produção, trabalho tercerizado, SMD... e a minha idéia vai exatamente contra isso tudo, quase como de volta as origens: Trabalho sozinho, faço tudo manualmente desde a montagem até a pintura e acabamento, produzo quantidades reduzidas com grande variedade de modelos e opções, ao contrario da idéia de massificação. Tenho a minha linha de pedais fixos, que estão disponíveis e são resultado de muito tempo de pesquisa e desenvolvimento, criando novas funções e atualizações modernas pertinentes a circuitos dos anos 60 e 70, mas ao mesmo tempo grande parte da operação é criar pedais únicos e diferenciados, os Custom Jobs. No futuro eu espero conseguir levar esse conceito mais um passo a frente e viabilizar a produção (e ter um estoque) de pedais totalmente únicos, quase como um quadro ou uma peça de arte: você entra numa galeria olha tudo e escolhe aquela uma (ou mais) peça(s) que você gostou mais e sabe que aquilo é exclusivo ou muito limitado. Estou começando essa idéia com os Fuzzes pelo grande número de opções e variações que existem e obviamente por que é o que eu mais gosto!
# 3 - Impossível não prestar atenção na arte - linda - dos teus pedais. Como se deu o processo de desenvolvimento dessa arte, que já é a marca registrada da empresa?
Valeu! A pintura é uma das partes mais divertidas do trabalho, e também é bem trabalhosa. Um gabinete demora pelo menos duas semanas para ficar pronto entre demãos de verniz, secagem, lixa e polimento. O conceito visual é totalmente influenciado pela arte dos anos 60-70 como o Tie Dye e aqueles pôsteres de shows que são absolutamente fantásticos. A arte da forma como é feita ainda permite que cada pedal seja diferente do outro, entrando um pouquinho na história de peças únicas. Mesmo em um item de série eu posso misturar as mesmas cores no efeito de burst e o resultado sempre vai ser um pouco diferente de peça para peça. É realmente interessante o conceito de trabalhar em cima dos “efeitos colaterais” dos materiais. Eu pinto exatamente como “não deve ser feito”, explorando as reações químicas que ocorrem quando você mistura tintas com base diferente ou joga solvente em cima da pintura (nas pinturas psicodélicas, as pinturas lisas ou Hammerite são bastante kosher). Da mesma forma eu vejo o Fuzz, ja fazendo uma analogia: você pega um transístor ou CI e satura ou muda as configurações de polarização fazendo com que a peça trabalhe bem fora dos parâmetros para o qual foi concebida, e isso introduz a não linearidade, as coisas se comportam como não deveria ser, fenômenos inesperados acontecem, e esta é a beleza de um bom fuzz: criar algo belo a partir do caos, de comportamentos erráticos de peças que estão trabalhando fora de sua configuração “ideal”. Este conceito é mais amplo do que peças, pinturas e fuzzes, mas foge do tema, fica apenas uma pequena chamada aqui.
# 4 - Tu és bem conhecido pelas famosas “mod’s” e pelos excelentes clones, customizados, inclusive, que fazes. Tenho quase certeza que esse não é o teu foco, visto o teu gosto pela criação. A tua ideia é, a partir de determinado ponto, focar apenas numa linha própria? Pela tua definição, como a Ed’s Mod Shop se enquadra no mercado de pedais de efeito? Que tipo de cliente deve procura o teu trabalho?
A minha idéia para Ed’s MoD ShoP é, em primeiro lugar, estabelecer o conceito de excelência e depois o de originalidade. Acredito que uma vez que as pessoas conheçam melhor a marca e saibam que as coisas que eu produzo possuem atributos de qualidade (desde as peças importadas que são exatamente o que se usa de melhor lá fora até um registro sonoro coeso e condizente com a proposta da marca) fica mais fácil para que elas se aventurem com as coisas novas e originais que eu ofereço. O tipo de cliente que procura o meu trabalho é, em primeiro lugar, alguém que se interessa por pedais artesanais de qualidade e que tem afinidade com os sons “vintage”, que é a identidade sonora da marca. Alguém que não quer mais do mesmo, que gosta de estética e da idéia de ter um pedal único, de poder ter a opção de customizar o pedal para o seu gosto e necessidade e que aprecia poder ser atendido amigavelmente pela pessoa responsável pelo desenvolvimento e execução dos trabalhos. Ao mesmo tempo os pedais são bastante pragmáticos, o tamanho é reduzido ao mínimo possível, o layout é claro e acessível e os plugues se localizam nas laterais. Existe a preocupação com o músico que utiliza uma pedalboard, de modo a economizar espaço e deixar o layout semelhante ao que a maioria da industria utiliza facilitando o cabeamento.
A idéia de mods me pareceu muito atrativa no começo da minha trajetória com a Ed’s MoD ShoP, tanto que eu cheguei a desenvolver mods minhas mesmo para alguns pedais (que eu ainda executo para clientes meus, mas não divulgo mais no site por exemplo), mas com o aumento dos pedidos da minha linha eu gradativamente deixei as mods em segundo plano. Como eu trabalho sozinho, basicamente o meu gargalo de produção é o tempo que eu tenho disponível, e com o tempo de fazer uma mod eu monto um pedal meu (tirando a parte do tempo de produção do gabinete), então fazendo as contas é financeiramente melhor gastar o meu tempo na linha própria, e do ponto de vista de marca acredito ser melhor também. A única excessão são os wah wahs, que eu continuo fazendo direto com muito gosto (justamente pela falta de carcaças no mercado a gente precisa de um vox/crybaby original pra usar de doador) por que é absurda a diferença que as modificações e o uso de um indutor de primeira linha (tenho importado os Whipples que eu considero como um dos melhores atualmente, handmade in USA) podem fazer no wah wah. Mas ainda esse ano vão começar a sair os meus wah wahs, feitos do zero com gabinetes de aluminio novos importados. Estou atualmente testando alguns acabamentos.
Clones: já fiz alguns, por algum tempo tinha um na minha linha (me arrependo de ter procedido assim na verdade). Se um cliente me pede um clone eu sempre tento convence-lo a fazer uma versão, algo inspirado em, mas com uma boa interação minha. Também não monto qualquer pedal: deve ser algo de meu interesse, algo que eu nunca tenha montado, assim entra na parte da pesquisa.
Por outro lado: se o John Doe faz o pedal XYZ nos EUA e esse pedal chega aqui no Brasil por 600, e eu aqui no Brasil monto a minha empresa para produzir esse pedal que o John gastou o tempo dele para criar e divulgar (inclusive alegando que é o mesmo pedal, com nomes parecidos, videos comparativos e etc) e vendo esse pedal por 400, será que eu não estou de certa forma roubando a venda do John, e pior, usando da própria fama dele para vender o meu? Outra coisa: qual é o perfil do profissional que você quer “contratar”, o que faz carreira copiando os outros ou o que tenta trilhar um caminho próprio? Mas enfim, acho essa uma luta perdida, o mercado Brasileiro já assimilou muito bem os clones e eu estou dando murro em ponta de faca. Mas seria realmente saudável e bacana se o pessoal gastasse mais tempo estudando, criando e de fato entendendo o que está fazendo do que ficar baixando os esquemas de pedais gringos e placas prontas oferecidos no freestompboxes.org. É ruim para o setor brasileiro como um todo, ficamos com fama de genéricos...
# 5 - Já tens o reconhecimento como um dos grandes conhecedores e montadores de fuzzes do mercado. Conte um pouco dessa tua paixão por esse tipo específico de pedal e como foi o processo de aprendizado, pesquisa e testes sobre fuzzes.
Fuzz é uma doença auto-imune, um estado de espírito, um jeito de tocar! Quem tem nunca se cura! Alguns aparentemente são imunes a isso e nunca vão ter. Pra mim a coisa pegou no primeiro fuzz que eu fiz. Eu já havia tocados com fuzzes antes disso, simplesmente não tinha gostado ou não tinha entendido, enfim, existe o momento certo para essas coisas acontecerem. Não é o tipo de coisa que você escolhe, embora com o advento do rock “retrô” os Fuzz têm andado na moda e muitas pessoas de fora ficam curiosas e se esforçam pra testar e tentar gostar.
O processo de aprendizado foi basicamente um trabalho de arqueologia. Saí pesquisando em tudo quanto é fórum e site todos os fuzzes famosos e obscuros dos anos 60-70 (que eu classifico como primeira geração) e, obviamente, colocando a mão na massa. Fiz tudo o que eu consegui fazer, resultando em inúmeras placas e protótipos. Com isso eu consegui traçar um paralelo do que eu via nos esquemas e o que acontecia no som e entender o por que de algumas coisas (outras continuam sem resposta). A pesquisa continua sempre, monto os fuzzes atuais (que eu chamo de segunda geração) sempre que eu consigo o esquema de um pedal que me chama a atenção. Com isso acompanho como a coisa está evoluindo lá fora, como pedalmakers atuais estão abordando o tema. O teste final é sempre o som, utilizar os seus ouvidos (e osciloscópio!!!) independente de esquemas, tipo de transistor ou componente. É primordial, e ao longo de anos você consegue desenvolver, uma audição mais crítica e sensível (não digo que eu escuto melhor que ninguém, mas a gente aprende a prestar atenção em alguns detalhes, fica mais fácil achar algo se você sabe onde procurar).
# 6 - Que pedais compõem a linha da Ed’s MoD ShoP e como se deu o processo de desenvolvimento desses pedais?
HeartBreaker OD, HeartBlower Bass OD, Ed’s Fuzz, Pookie Fuzz, FuzzStack, Cyclops Optcomp, Triton Envelope Filter, East Q, Moby Dick Bass Fuzz, Super Screamer, Spring Box, alguns não estão ainda no site mas eu já vendo direto.
O Desenvolvimento nasce da pesquisa: ninguém inventa a roda toda vez que cria um pedal! A essência de um pedal já está em algum outro lugar normalmente, seja uma célula de ganho, um tonal diferente, um outro pedal, em um esquema antigo de mesa de som ou amplificador de microfone. A brincadeira é pegar esta essência e criar em cima disso mudando o registro sonoro, adicionando funcionalidades, tirando outras partes, simplificando ou sofisticando. Eu parto da idéia do som e da função: quero um pedal que soe como o artista X em musica Y. Quero também que este pedal tenha parâmetros A, B e C que garantam uma certa versatilidade e variação dentro deste tema. A partir disso, e com a minha base de dados (os protótipos e placas de coisas que eu ja fiz), eu sei que eu tenho alguns candidatos que podem servir de base para que eu crie em cima. E aí vão dias e semanas na bancada, testando, ouvindo, comparando. Quando eu tenho algo que eu gosto eu passo para uma segunda etapa, crio um protótipo funcional na caixinha, quase como um pedal de série, e levo para testar, uso nos meus ensaios, em situações ao vivo, em volume de quarto e em volume de palco com N amplificadores diferentes. Em paralelo a isso outro pedal protótipo circula com os meus “pilotos de teste”, músicos profissionais que fazem o mesmo trabalho de testar em diversas situações. Podem ocorrer modificações no circuito do pedal nessa última fase de acordo com os testes feitos, e finalmente uma versão final para venda.
# 7 - A empresa trabalha apenas com encomendas ou existem pedais à pronta entrega? Como se dá a encomenda de um clone e/ou de um pedal custom?
Eu procuro ter em estoque os meus pedais de linha, mas normalmente não consigo manter um estoque regular. As peças acabam antes de ficar pronto outro lote, então, 80% das vezes é na base de encomenda mesmo (até por que as vezes o cliente quer o modelo que eu tenho em estoque mas quer customizar a cor). Qualquer compra, pedido custom ou informação funciona a partir do contato direto comigo: pedidos@edsmodshop.com ou atraves do inbox do www.facebook.com/edsmodshop
# 8 - Quem te acompanha pelas mídias sociais sabe que tu estás desenvolvendo uma nova linha – podemos chamar assim? - de pedais. Pode nos contar um pouco mais do que vem por ai? Até onde a Ed’s MoD ShoP pretende chegar?
Volta aquela história de arqueologia do fuzz, pesquisar e fazer os modelos antigos famosos e obscuros. Junto com uma idéia nova de acabamento e uma certa obsessão colecionista, caso grave mesmo... sempre quis ter um de cada (talvez uma de cada variação de cada modelo). Estou começando com o Dallas Range Master, o Fuzz Face Ge, Fuzz Face Si, Tonebender MK1, MK 1,5, MK2 e MK3 mais o Tychobrahe Octavia (com transformador) e o Ampeg Scrambler. Em um segundo momento entram todos os Big Muffs, Tonemachine, Fuzzrite, todos os Maestro, SuperFuzz, Shin Ei, Bee Baa e Fender Blender.
A idéia é a de criar réplicas atualizadas desses fuzzes históricos. Não são réplicas literais ou “xiitas”. Algumas atualizações são sempre necessárias ao meu ver e seria negligência não atende-las, como o uso de fonte (bateria é lixo tóxico), filtro dc, true bypass com led (e resistores de pulldown quando necessários), circuito de proteção contra polaridade invertida, técnicas de redução de ruído, “hum” e oscilações. Substituição de transistores quando os originais se tornam inobtíveis (usando como critério o som), repolarizando quando necessário, e o mais importante ao meu ver, inversão de terra em fuzzes PNP! Contradizendo a história que diz que esses fuzzes não podem usar fonte compartilhada com pedais “normais”, os meus vão poder!
Todos eles terão o acabamento em Hameritte ou alguma cor lisa para diferenciar da minha linha colorida. Estarão em caixinhas pequenas como o restante da minha linha para economizar espeço no pedalboard (caixinhas grandes poderão ser feitas sob custom order) e terão ilustrações exclusivas. Sempre achei que fuzzes são pequenos monstros, daí parte o novo conceito visual.
Onde eu quero chegar? Tenho algumas metas conceituais, a maior delas é o intento de colocar aquele sorriso bobo de orelha a orelha no rosto da pessoa na hora que ela liga o meu pedal.
Vejo uma lacuna ainda não preenchida no mercado de amplificadores que me atrai também... muita gente foca nos Marshall/Vox/Fender ou nos high gain / channel switching modernos e esquece dos “lado B”, pequenos e bizarrinhos... quem sabe um dia...
# 9 – Sei que participas ativamente de fóruns e grupos de discussão, bem como das mídias sociais, tendo um contato muito forte e direto com a tua clientela. Essa é a fórmula para ter uma empresa finamente alinhada com o público? Como tu vês essas novas formas de comunicação?
Eu participo de fóruns de guitarra por gosto pessoal mesmo. Faço isso muito antes de ter começado com os pedais. É muito bacana poder ter amigos no país todo e em alguns outros países também. Gente com quem eu me correspondo regularmente e que compartilha da mesma paixão por música, equipamentos e sons. Por outro lado não é preciso ser nenhum gênio para entender que a comunicação está convergindo para a internet e as mídias sociais. Para mim, junta o bom com o agradável. Posso conversar e atender meus clientes de forma rápida e personalizada, colher opiniões e dicas do público, pesquisar e criar, tudo no mesmo lugar virtual!
# 10 – Recentemente o Brett Kingman fez um elogiadíssimo review de três pedais teus. Poderias nos contar quais pedais foram e como foi o contato e o processo até o vídeo acontecer? E esse review, abriu portas internacionais para a Ed’s MoD ShoP? Obviamente existe essa disposição da tua parte para desbravar novos mercados. Percebes essa mesma recíproca dos gringos quanto aos pedais feitos em terras Brazucas?
O Brett é amigo de longa data, então foi fácil chegar nele e pedir essa “brodagem”. Sinto que ele gosta muito do que faz, e faz muito bem. Não é a toa que ele é A referência mundial de piloto de testes para pedais! Ele filmou o meu Ed’s Fuzz (bandeira de fuzz da marca, meio que um “Canivete Suísso” de fuzz), o Pookie Fuzz (Fuzz doidão, experimental) e o HearBreaker (meu Overdrive pra que curte Fuzz). Estou ainda em processo de viabilizar as exportações mas o vídeo dele certamente ajuda pois tem o alcance bem maior do que o que eu conseguiria fazer sozinho. Ainda não decidi como eu vou fazer isso. Em ultima análise, é questão de decidir a estratégia da empresa: se eu arrumo um grande distribuidor e foco em menos modelos e maior quantidade, virando eu mesmo uma pequena fábrica (voltando ao começo da entrevista) ou se eu tento o caminho mais difícil, porém mais gratificante para mim, de fazer tudo independente e poder atender diretamente como custom shop clientes do mundo todo. Os gringos não têm preconceito contra o pedal brasileiro, eles compram pedais do mundo todo, não seria diferente se fosse peruano, tcheco ou afegão... já por aqui... O processo de exportação curiosamente abre as portas no Brasil. Santo de casa não faz milagre, mas quando vende lá fora começa a ter maior simpatia dos nossos conterrâneos Existe muita gente aqui que dá valor, apoia e incentiva o meu trabalho, e sou eternamente grato a essas pessoas que têm mantido o meu negócio funcionando, mas são pessoas antenadas, formadores de opinião, desbravadores e experimentalistas, não são (nem de perto) maioria. Outros necessitam do aval do gringo ou da divulgação mais explícita para tomarem conhecimento ou gosto pela marca, e com muita razão também. Eu não critico, muita coisa ruim já foi feita nesse mercado quando ainda era incipiente, malandragem, cola quente, falta de criatividade (essa está difícil de ir embora)...
# 11 – Foi um prazer bater esse papo, Ed. Agradeço a atenção e fica o espaço para que tu deixes teu recado, links, formas de contato para o pessoal da Toca dos Efeitos.
Eu que agradeço a Toca dos Efeitos pelo espaço concedido e pelo excelente trabalho de informação e utilidade pública que vocês têm feito.
Toquem com pegada, com alegria! Procurem se informar, a verdade está lá fora, meio escondida... não acreditem em propaganda, “endorsismo”, jabá, jogadas de marketing... usem os ouvidos!!!
Acessem www.edsmodshop.com, o meu site oficial, e por favor curtam a minha pagina no facebook para receber as novidades. A maioria das fotos, custom jobs e atualizações estão lá: https://www.facebook.com/edsmodshop
Qualquer duvida, informação, preços, pedidos: pedidos@edsmodshop.com Grande abraço a todos! Ed
2 comentários
Show de bola, fantástica entrevista, adoro meu Ed's Fuzz, não sai do board!!!
Ótima entrevista! Tenho um Ed's Mod Shop Duplex(Heart Blower Bass OD + East Q), um Ed's Mod Shop Triton Envelope Filter e um Ed's Mod Cyclops Opticomp Compressor, já tive um Moby Dick Bass Fuzz que m breve deve voltar a meu setup. O Ed é um grande amigo e fornecedor de pedais heheheh!
Grande abraço.
Postar um comentário