Você precisa conhecer a TOM TONE CUSTOM EFFECTS

3 de out. de 2012 |

Breve Prólogo

Quero contar rapidamente a história de como conheci a Tom Tone: na época, eu ainda tocava com a minha GT-8, lépido e fagueiro, mas já pensava em montar um set de pedais, coisa pequena, apenas para matar a vontade (aham, sei!!!)… quando comentei isso com o Vino Ferrari, que inclusive foi quem fez a entrevista que segue abaixo, ele sempre me dizia: “cara, tu tens de conhecer os pedais da Tom Tone”… claro, fiquei interessado pela indicação, mas como eu realmente tinha um projeto de pedais bem simples, não cheguei a pesquisar muita coisa não… aí, então, meu projeto simplório foi aumentando, e de novo veio o Vino Ferrari com o mesmo discurso: “cara, pega alguma coisa da Tom Tone, pois não vais te arrepender”… apesar da insitência, eu não procurava nada para adquirir, porque já tinha idéias pré-concebidas sobre os drives e distorções que queria… e assim a coisa foi…

… até que fui na casa do Vino, quando gravamos o primeiro NA CASA DO VINO… lá conheci o pedal mais simples da Tom Tone, um booster limpo, que é baseado num pré (juro que não sei mais do que isso)… quem me conhece, e viu o matéria publicada sobre boosters no QUE PORRA É ESSA?, sabe que não gosto de boosters limpo… continuo não gostando, à excessão desse booster da Tom Tone… e aí sim, justamente num pedal simples, em tese, descobri que bela marca de pedais eu estava deixando de conhecer e que belo trabalho é feito pela marca…

… desde então, tenho mantido contato com o Tom, fiz minha primeira aquisição, e posso garantir à todos: o atendimento e atenção do Tom são excelentes… podem perguntar, que ele realmente responde tudo…

… por isso, amigos, leiam com atenção essa entrevista, que está muito boa, e depois corram atrás de informações dos pedais da marca… é só coisa boa, acreditem…

…  de resto, vamos à entrevista, que é o que importa, não é verdade?  ;]

 

Entrevista com o Tom, da Tom Tone Custom Effects

TOM0#1 - Tom, em primeiro lugar gostaria de dar as boas vindas à Toca dos Efeitos e enfatizar o prazer em poder te entrevistar, agradecendo a tua disponibilidade. Gostaria que tu contasses um pouco da tua história com a música e como tudo começou. Apresenta-te para os frequentadores da Toca.

Bom primeiramente gostaria de agradecer a oportunidade de mostrar um pouco mais do meu trabalho e, principalmente, de mostrar às pessoas conhecerem melhor o “TOM”. Isso é importante porque nesses tempos modernos de internet, emails, Facebook, etc., o relacionamento humano meio que se perde nessa tecnologia toda e aquela empatia entre amigos acaba não acontecendo como antigamente, podem me chamar de saudosista!

Meu primeiro contato com o mundo da guitarra ocorreu através do som da Banda Queen, com o timbre maravilhoso que o Brian May tirava com sua Red Special, somados ao som dos amplificadores VOX e empurrados por um treble booster. Aquilo me fascinou. Antes já escutava rock mas sem me ater às guitarras, simplesmente curtia.

Foi daí então que comecei a minha viagem pelo mundo das 6 cordas. Depois disso o paraíso meio que se abriu diante dos meus olhos e ouvidos. Vieram então Eric Clapton, Jimmy Page, Jeff Beck, Jimi Hendrix, Edward Van Halen, e essa história eu acho que deve se parecer como a de muitos freqüentadores daqui, uma viagem sem volta e a cada dia revivendo e se renovando também.

#2 – Como surgiu a ideia de criar a Tom Tone Effects?

Na realidade se me perguntassem há 1 ano atrás se eu me via montando pedais custom shop para músicos e artistas profissionais, eu certamente diria que não. A Tom Tone Effects surgiu de uma despretensiosa criação de um perfil no Facebook, mais por brincadeira do que pensando no lado comercial.

TOM1O Kléber K.Shima da Banda Hot Rocks(SP), que tem anos de experiência e já usou quase todo o tipo de equipamentos “TOP”, sempre me dizia que os pedais estavam com timbres legais, mesmo sendo um músico muito criterioso no som dele. Nunca pensei em ter os meus pedais nos setups de músicos além dos meus conhecidos e próximos, foi uma grata surpresa ver que o pessoal estava curtindo os sons dos pedais.

Daí para frente foi uma progressão geométrica, e me sinto orgulhoso e feliz em poder ajudar muita gente a encontrar o seu timbre ideal.

Os pedais no início eram para meu uso, levando-se em consideração que não sou músico profissional e nem vivia de música. Eu achava um absurdo os custos de se montar um setup e equipamentos com som descente. Lá fora qualquer iniciante já começa com equipamento de primeira a um custo muito mais acessível do que os nossos, e isso já dá uma vantagem muito grande à eles, sem contar no tempo de espera as vezes inviável para se ter tais equipamentos disponíveis aqui.

Sempre pensei que poderia haver uma alternativa mais viável para nós brasileiros em questão de CustoxBenefícioxQualidade, muito mais condizente à nossa realidade. Às vezes não conseguia entender o porque das coisas serem dessa forma aqui, pois talento os brasileiros têm de sobra.

Hoje em dia é possível sim produzir pedais de qualidade, som e acabamento como os importados à preços brasileiros, basta querer.

Mas o mercado aqui também tem que ajudar. Existe muito preconceito por certa parte dos brasileiros, muitas vezes motivados por opiniões de outros, o que nem sempre é verdade. Se nós brasileiros não valorizamos o que é feito aqui e esperar isso de quem é de fora, vai demorar muito para o mercado se fortalecer e poder continuar oferecendo essa opções aos músicos brasileiros.

#3 – Nos fale um pouco da sua linha de pedais. Pelo grande número de pedais de drives que tu produz podemos ver que a tua ideia não é atuar em apenas um nicho de guitarristas, mas abranger todos os gostos e vertentes.

Sim, a idéia é poder oferecer o máximo de opções aos músicos. Para isso estou de olho sempre no que está rolando lá fora e no que o mercado aqui está carente.

Assim como há preferências em modelos de guitarras, escalas, madeira, cordas e etc, nos pedais ocorre a mesma coisa, quando se é possível escolher entre um drive mais “macio” ou mais agressivo, mais moderno ou vintage, te abre um leque de possibilidades imenso para “achar o seu timbre ideal”

O músico (mais em questão os guitarristas) gostam de ter opções que lhe permitam poder timbrar seus equipamentos para diversas situações, o que acaba até dando um maior conhecimento à eles pois acaba sendo necessário ter o domínio do seu instrumento/setup e conhecer o comportamento deles em diversos ambientes. Aqui, a cada local que se toca, o músico pode encontrar o Céu ou inferno em questão de infra-estrutura e equipamentos, e para contornar a situação tem que ter talento e domínio sobre a arte de tocar, e para ajudar nisso tudo é preciso ter um setup bem diversificado, dinâmico e polivalente.

#4 – Já tive acesso a três pedais da sua marca. O acabamento, a montagem, escolha dos componentes e até a embalagem personalizada - com nº de série para os pedais - mostram um grande capricho e comprometimento com a qualidade. Tu acreditas que esse é o principal diferencial da marca Tom Tone?

Acho que em termos, porque tem que existir uma somatória de fatores para que o resultado final seja considerado bom. Não basta toda a embalagem fora ser bem cuidada se o som do pedal não for bom também. É o que eu digo, não adianta jantar um caviar de primeira, com um champanhe Dom Perrie e acompanhado de uma bela mulher, se estiver sentado numa cadeira quebrada, com uma mesa torta às margens de um rio poluído. Uma das minhas preocupações foi sempre ter o som do pedal realmente bom, porque quando pensamos por exemplo em um drive, não se pode reinventar a roda, eles basicamente possuem a mesma estrutura, mudando-se a forma de filtrar o sinal, distorcer, por isso eu acho interessante ter conhecimento dos sons antes de mais nada.

TOM4É até engraçado, pois às vezes eu vejo que o pessoal fala em simulador disso, ou simulador daquilo, mas nunca ficou na frente do som original para poder dizer que o som realmente se assemelha ao original. Isso eu acho importante e de certa forma gera uma desconfiança por parte dos músicos, pois muita gente promete algo que nem sabe o que é, aí quando se compara descobre que não tem nada de igual.

Partindo disso aí sim eu acho que a apresentação do produto tem que ser condizente ao som.

Então acredito que o meu diferencial é a somatória de todos esses fatores, pois como sempre digo, eu sei o que é estar na frente de um Marshall ou um Mesa Boogie, eu sei o som do Zendrive, Klon Centaur, Landgraff e um Shur Riot, e aí vai embora. Ter a  oportunidade de ter contato com esses equipamentos me faz ter a certeza de qual caminho seguir.

Muitos já devem ter me ouvido falar ou leram sobre a minha opinião de que a Internet ajuda e muito, mas também atrapalha em muito, pois qualquer um pode postar um esquema e dizer que é o esquema desse ou daquele pedal. Quem não tem como confirmar ou até mesmo por comodidade acaba aceitando isso como verdade, ajuda a difundir mais e mais ainda a falsa idéia de ser um suposto clone de algum pedal. E tudo isso é ruim para o mercado, que acaba se queimando por conta disso. Um cuidado que eu procuro ter é isso, sempre me referenciar ao original, para que também não seja um tiro no pé, e isso é outro grande diferencial que eu credito aos meus pedais.

TOM2#5 – Recentemente tu lançaste uma board para pedais. Fale-nos sobre o porquê de lançar um produto como este no mercado e no que ele se diferencia dos importados.

Quando penso em um produto específico, penso em mim como sendo um usuário. Muitas vezes me via carregando um peso enorme na minha pedaleira, pois o case + os pedais ficavam realmente pesados. Percebi que os produtos disponíveis aqui eram de material  pesado, então me surgiu a idéia de utilizar alumínio e mais uma vez, com a ajuda do Kléber K.Shima, que me mostrou algumas pedaleiras nesse material, resolvi tentar produzir algo por aqui. O Gustavo Barros (sideman do Fabio Jr.) que possuía um board nessas especificações me emprestou para que eu pudesse me basear nele e tentar aprimorar um pouco mais, e foi assim que cheguei ao meu Pedalboard.

Como já disse, tive a possibilidade de analisar 2 marcas famosas, e procurei melhorar ainda mais na questão do acabamento, solda e opcionais. Eu acho que é nisso que ele se diferencia dos importados.

Por exemplo, o ajuste de altura dos pés, isso não existe nos importados, a espessura do alumínio e a pintura texturizada são também algo que procurei escolher da melhor maneira.

Alumínio é mais caro que ferro e a solda também é mais cara, isso porque penso no peso final e não somente no preço. Tudo isso no resultado final vale a pena.

#6 – A sua linha se resume a pedais baseados em modelos conhecidos? Existe uma linha de customização, modificações ou com projetos próprios?Além disso, é possível que um interessado no teu trabalho te contate para propor um projeto novo, ou apenas trabalhas com o teu portfólio?

TOM5Sim, iniciei dessa forma porque foi como havia dito acima, eu a princípio montava os pedais para compor o meu setup, portanto procurava montar os pedais que eram necessários e que eu julgava os de melhores timbres para isso, e como surgiu desse movimento, foi natural começar a Tom Tone por esses pedais, pois eram os que o pessoal acabava ouvindo e vendo.

Atualmente já montei alguns pedais específicos como o Ducamble, que é um pedal signature do Duca Belintani em comemoração aos seus 25 anos de carreira. Me baseei nas necessidades dele e nos timbres que ele mais curtia, nesse caso específico nos amplificadores Dumble, e, é claro, fugindo um pouco da linha do Zendrive. Inclusive saiu recentemente um review desse pedal na revista digital Guitar Experience (www.guitarexperience.com.br), que ficou muito legal. Quem puder, dê uma conferida.

Existe outro pedal signature que desenvolvi para um artista que ainda não posso dvulgar, pois ele quer fazer o lançamento de tudo (CD, Site e Pedal) de uma vez só, e estou aguardando para anunciar. Tem também o EchoScream que é um Delay Analógico junto com um Booster que fiz para o Daemon Ross (RJ) e tem o Delay-O-Rama que é um TS + um Delay para o Klemer a banda Set Fire (SP). Fora isso tenho algumas idéias que quero fazer, mas apesar da falta tempo, sairão do papel em breve.

Os Mod’s não curto muito fazer, já fiz alguns, mas o tempo de fazer esses Mods é praticamente o de montar um pedal, então prefiro fazer o meu pedal, até mesmo por conta do tempo de entrega dos meus pedidos. Tive há algum tempo atrás comigo um TS9 Ibanez com um Mod do Robert Keeley chamado Baked, achei fantástico, na minha opinião um dos melhores Mods em TS que eu vi, e montei o meu Texas Screamer com essa modificação pois o dono dele tinha 2 setups e queria ter um em cada setup. Achei muito legal.

TOM7#7 – Tecnicamente, como se dá a entrada de um pedal na sua linha? Descreva um pouco do teu trabalho na hora de recriar um modelo já conhecido.

Atualmente não tenho estoque de nenhum pedal, não consegui fazer isso, então basicamente o cliente fecha o pedido e deposita o sinal, a partir disso dou start na montagem, envio a caixa para pintura ou envernizamento, enquanto isso dou início à montagem do circuito. Quando recebo a caixa de volta, junto o circuito à caixa e deixo ela em teste pelo menos um dia inteiro, após isso o pedal está liberado para o envio ao cliente, ou para quem mora aqui em São Paulo, muitas vezes retiram direto comigo.

#8 – Aproveita, e já conta pra nós o que virá de novidades até o final do ano, afinal de contas, guitarrista que se preze já tem que fazer lista de Natal agora.

Hehehe, gostaria de concluir a adaptação de alguns pedais de modulação e ambiência como Chorus e Delays para a caixa menor, pois estou tentando padronizar os tamanhos das caixas ao máximo. Muito provavelmente terei um pedal valvulado e também um pedal duplo e triplo de drive que é surpresa e que estou fazendo junto com o Daemon Ross. Parte desse pedal já está ok.

#9 – Como se dá o processo de encomenda de um pedal com a Tom ToneEffects?

Vinícius, tudo é direto comigo, estou mesmo no esquema Handmaker, então o pessoal me liga ou manda email e fechamos tudo dessa forma.

#10 – Agradeço a tua atenção, Tom. Fica o espaço para que tu deixes um recado para os frequentadores da Toca dos Efeitos, teus contatos e links.

Agradeço mais uma vez à Toca dos Efeitos, à você meu amigo Vino e aos freqüentadores, sem esquecer daqueles que separam um pouco do seu  tempo para ler a minha entrevista. Espero ter esclarecido um pouco das dúvidas e curiosidades do pessoal em relação à Tom Tone e ao Tom como pessoa.

TOM6Gostaria de parabenizar também ao fórum e seus administradores o empenho em levar esclarecimento e promover a cultura entre os diversos níveis de músicos no Brasil, seja ele iniciante ou profissional, pois conhecimento nunca será bastante, e quem pára no tempo não aproveita o melhor dos tesouros que a vida nos proporciona, um tesouro que ninguém pode roubar que é o conhecimento e o saber.

Deixo aqui também alguns agradecimentos que sempre que posso não poderia deixar de citar, que é o apoio incondicional da minha esposa e família, minha irmã, e de amigos/colaboradores como o Kléber K.Shima, Duca Belintani, Gustavo Barros e Affonso Jr., esses mais precisamente pela proximidade, que sempre que podem, me ajudam a direcionar os projetos para o caminho certo. Sem esse suporte todo não estaria aqui.

Deixo meus contatos, pois mais que clientes eu tenho amigos, seja para trocar informações ou simplesmente bater um papo legal.

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Valeu galera

Abração.

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